sábado, 24 de dezembro de 2011

Estamos no Natal!




Ouvem-se as badaladas dos sinos, chamando-nos para a festa da Família.
Estamos no Natal!
Hoje é dia de consoada, amanhã comemoraremos o nascimento do Menino Jesus, segundo a tradição cristã.
Numa época de dificuldades, temos de encontrar, na raiz dos nossos princípios, o sentido da vida, a esperança para o futuro.
Também a Sagrada Família se viu confrontada com inúmeras dificuldades naqueles tempos de há mais de dois mil anos de distância.
Não foi por essas dificuldades que não se concretizou o desígnio do Bem, o desígnio do Amor, o desígnio da Esperança.
Também nós temos de encontrar o nosso caminho, por entre as agruras da vida, para viver esta época em Família, em Paz, promovendo a solidariedade, quando ela se torna mais necessária.
Que o Deus Menino nos abençoe e nos dê as forças necessárias para ultrapassar as dificuldades que estamos a viver.
Que Ele nos ilumine o caminho, para podermos ajudar aqueles que mais precisam, de modo a que a solidariedade não seja apenas uma palavra vã.
Que a comemoração do Seu nascimento seja a oportunidade para fazer descer sobre a Humanidade a Paz que todos os seres da Terra necessitam.
Esta época de fraternidade que seja a oportunidade para encontrarmos, cada um de nós, a essência do nosso ser, da nossa missão nesta vida.
Há esperança para o futuro!
Neste dia, desejo a todos um Santo Natal e faço votos que o próximo ano seja o melhor possível para cada um de nós.

Texto para a edição online de "O Basto"

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

É por isso que estamos neste estado!


A vida de António José Seguro não está a ser fácil à frente do PS.
Sócrates e os seus apoiantes não se reveem nas suas decisões.
A questão do Orçamento de Estado para 2012 veio trazer à evidência essas divergências.
Enquanto Seguro queria viabilizar a aprovação do documento, mesmo que somente pela abstenção, um grupo considerável de deputados e dirigentes socialistas fizeram tudo para que o PS votasse contra.
Soube-se até que o próprio Sócrates exigia essa posição, a única que salvaguardaria a herança do seu consolado.
Seguro tentou estar de bem com todos, à sua maneira. Foi adiando a decisão final, foi apresentando propostas contraditórias, mas isso foi criando maiores clivagens internas.
Seguro apresentou a proposta de reduzir apenas um dos subsídios, sugeriu que se deveria alargar o prazo para a consolidação das contas públicas, mas a troika disse que não era possível.
Insatisfeito, veio afirmar que a troika não é arbitro e por isso não aceitava as suas decisões.
Tem razão! A troika não é o árbitro. A troika é a dona do dinheiro que nós queremos emprestados e de que carecemos. É a entidade que o Governo, de que Seguro era apoiante, chamou para nos vir livrar da bancarrota. É quem tem o dinheiro, é quem decidiu as condições em que o empresta e que o PS aceitou.
Pelos vistos ou Seguro ainda não compreendeu isso ou então quer fazer de nós parvos.
Os portugueses estão a passar privações, estão confrontados com um futuro negro, porque a governação destes últimos anos da responsabilidade do PS e de Sócrates nos levaram à miséria e à desacreditação junto dos mercados financeiros.
As medidas, que se estão a aplicar, são as que decorrem das negociações e do acordo celebrado entre o PS e a troika. O primeiro partido que devia assumi-las deveria ser o próprio PS, se estivesse de boa-fé neste processo, se estivesse a querer ajudar o país e os portugueses a sair da crise.
Mas como no passado, o PS só pensa nos resultados eleitorais.
É por isso que estamos neste estado!
            
Vencer as dificuldades…
           
            Há precisamente três anos dei início a esta coluna.
            Nesse primeiro artigo saudei a vida e a amizade, a propósito da homenagem que se tinha realizado ao Sr. Mário Campilho, por ocasião do seu octogésimo aniversário.
            Referi a certo ponto: “Como foi ensurdecedor o silêncio, durante a intervenção de um dos oradores, que expressou o sonho de viver numa sociedade mais fraterna, mais solidária, mais participativa, mais justa, e nos incentivou a sonhar também. Todos nós sonhamos com um futuro melhor.”
            Porém, os dias de hoje são para todos nós um enorme pesadelo.
            E nesta época natalícia, propiciadora de um ambiente mais solidário e em que almejamos um novo ano mais promissor, temos hoje a convicção que os próximos tempos serão de privação e de incerteza.
            Mas também temos consciência que seguramente seremos capazes de vencer as dificuldades deste período, como o fomos no passado recente e ao longo da nossa longa História.
            Com mais ou menos dificuldades, estou certo que vamos viver esta época natalícia com o mesmo espírito cristão, com a mesma solidariedade, com a mesma consciência fraternal e familiar.
            A todos as melhores Festas e o melhor Ano de 2012.

Texto para a edição de Dezembro de "O Basto"

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Uma pérola


Bernard Connoly, antigo alto-funcionário da Comissão Europeia, afastado por se opor ao projecto do Euro, esteve em Portugal em 1997 – exacto: 1997 – para um ciclo de conferências que decorreu em Serralves. Encontrei agora a sua comunicação (no livro “O desafio europeu, passado, presente e futuro”, da Principia) e a sua leitura é muito instrutiva.
Depois de explicar por que criticou o projecto da moeda única, Connoly faz algumas curiosas previsões:
“As condições monetárias serão estabelecidas de feição para a França e a Alemanha, o que quer dizer que as taxas de juro do euro em 1999 não serão de todo suficientemente altas para as necessidades da economia de Portugal, para dar um exemplo. Isto significa que a convergência da taxa de juro andará muito em baixo para a periferia, o que vai levar a um 1998 que, à primeira vista, vai parecer o paraíso [lembram-se do ano da Expo? Pois foi 1998…]. Haverá um forte crescimento, as taxas de juro vão descer, ainda não haverá nenhuma inflação, o volume de negócios e de consumo será muito grande, haverá uma explosão da bolsa de valores e do mercado imobiliário. Estou a dizer que o mercado imobiliário vai explodir em Portugal e em Espanha. E digo, se tiverem senso-comum, peçam empréstimos, hipotequem-se até às orelhas, mas na condição de poderem saldar as dívidas rapidamente nos anos 2000/2001. É nessa altura que vão surgir os problemas [lembram-se do pântano de Guterres?]”.
Connoly prossegue traçando o retrato do que se passaria na Europa nos anos seguintes, prevendo que algures depois de 2001 ocorrerá uma crise grandes dimensões, que levaria à suspensão do pacto de estabilidade. Nessa altura, que previu que chegasse mais cedo do que chegou…
“Vai haver uma crise de confiança dos mercados financeiros no euro e as pessoas vão perceber que não se podem proteger do desmembramento do euro com marcos alemães denominados euros. Um euro é um euro, é um euro, é um euro. A única maneira de uma pessoa se proteger nessas circunstâncias é adquirir genuinamente valores exteriores, as moedas de países exteriores à área. Por outras palavras, o euro vai estar sob severa pressão dos mercados financeiros”.
Quando se chegasse a este ponto, Connoly previa que os políticos pudessem reagir de três maneiras: assumindo o erro do euro, o que ele achava impossível acontecer; continuarem a lutar para tentarem encontrar qualquer solução, o que deveria acontecer durante algum tempo; finalmente…
“A terceira opção é a que será escolhida. Vai ser usada a desculpa da pressão do mercado financeiro no euro. ‘Meu Deus, esses especuladores terríveis, esses americanos, esses judeus [aqui ele enganou-se…], esses sabe Deus quem, estão a tentar destruir a nossa Europa. Temos de impedir que façam isso, só há uma maneira de o fazermos: temos de nos fortalecer ainda mais, temos de ter um governo económico que crie um sistema monetário que espelhe realmente o sistema dos Estados Unidos’”.
Para quem assumiu que o que estava a fazer era apenas “uma previsão” e que falava em 1997, digamos que talvez pudéssemos começar a consultá-lo sobre os números do Euromilhões…

De José Manuel Fernandes no BLASFÉMIAS

sábado, 10 de dezembro de 2011

Portugal contemporâneo: a qualidade dos políticos

Recebi este texto que aqui partilho:

"O deputado socialista Sérgio Sousa Pinto, ex-presidente da JS e
ex-deputado europeu, foi um dos 913 candidatos que chumbaram no exame
de admissão à Ordem dos Advogados.Contudo, quem houve falar o rapaz,
lá do alto da sua arrogante ignorância, "protegida" por gente como
Mário Soares e afins, crê estar perante uma eminência do saber
contemporâneo. Teve 10 em Processo Civil, mas o 8 a Deontologia e o 9
em Direito Constitucional ditaram o chumbo. Sousa Pinto,
vice-presidente da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais
(...) não quer fazer qualquer comentário ao chumbo. 'É da minha esfera
privada', justifica o jurista que é licenciado pela Clássica e
estagiário no escritório Gomez, Acebo & Pombo.", no semanário Expresso
(contracapa). Destaques meus.

Bem, que a "Gomez, Acebo & Pombo", uma das mais prestigiadas firmas de
advocacia em Espanha, queira contratar o jurista Sérgio Sousa Pinto
para o seu escritório de Lisboa, isso, é lá com os seus sócios. Pelo
contrário, que o deputado Sérgio Sousa Pinto queira acumular o seu
lugar na Assembleia da República com um emprego, presumo que
remunerado, na advocacia privada, isso, é que já não me parece nada
aceitável (na minha opinião, não devia sequer ser permitido). E menos
aceitável se torna - é, aliás, completamente inaceitável - que, tendo
sido avaliado e reprovado entre os seus pares juristas, chumbando
especificamente em Direito Constitucional, o actual Vice-Presidente da
Comissão Parlamentar dos Assuntos Constitucionais (!) considere o
chumbo um mero assunto da sua esfera privada!!??!

Publicada por Ricardo Arroja em 19:17 in
http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/2011/10/qualidade-dos-politicos.html

A "Sociedade de Corte" ainda continua a ser o que sempre foi: a
sociedade da fraude e do embuste. Só é preciso movimentar-se no seio
dela!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A nossa Independência

As notícias de hoje, sobre o futuro do Euro e da Europa deixam-nos em enorme expectativa e preocupação.
É a nossa vida, é a nossa sociedade que está em causa.
Pelo presente e pelo futuro.
Curioso quando estivemos a comemorar, talvez pela última vez neste dia, a Restauração da Independência.
Comemorar algo que cada vez existe menos.
A esse propósito relembro o artigo que aqui deixei no ano passado.

Recuperar a nossa Independência