quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Autárquicas já mexem…


A pouco mais de um ano das eleições autárquicas, começa-se a estruturar um novo ciclo político. Ficam aqui algumas reflexões.
ü O PS há muito definiu a sua posição. A direcção partidária, afecta ao poder, escolheu o Dr. China Pereira para candidato à Câmara, tendo por trás a omnipresente figura do actual presidente.
ü Conhecem-se as divisões internas provocadas por esta decisão, mas quem dirige o partido e o concelho não abre mão do poder e quer assegurar, mesmo não se podendo recandidatar, que vai continuar a mandar.
ü O Dr. Jorge Machado que desejou ser o candidato do PS, depois de perder para o Dr. China a corrida à Câmara, procura outros apoios, mesmo noutros partidos, para conseguir aquilo que não conseguiu no seu e querer aparecer, agora, como um candidato independente. Aliás é curioso que quem ao longo de mais de uma dúzia de anos foi um fiel servidor do poder, sem qualquer hesitação e mesmo assumindo da forma mais radical as posições do executivo, se queira apresentar, nesta altura, como o mais legítimo representante da oposição.
ü E não obstante a pré-anunciada candidatura, em oposição ao presidente da Câmara e à sua maioria, o Dr. Jorge Machado continua, como se nada se passasse, vice-presidente da autarquia. Ao que chega a incoerência e o absurdo!
ü Mas como aqui já referi noutras ocasiões, as eleições autárquicas decidem-se entre o PS e o PSD. O aparecimento de uma terceira candidatura, por mais forte que possa parecer, apenas contribuirá para facilitar a vitória a um destes partidos. Se dividir o eleitorado do PS, favorece o PSD. Se dividir o do PSD, dará de bandeja a vitória ao PS. Não será esse o objectivo?
ü O PSD definiu há um ano atrás renovar a coligação com o CDS/PP, para apresentar uma candidatura mais abrangente e poder contar com o apoio de figuras cabeceirenses que não se revêem na prática política e no projecto para Cabeceiras da actual maioria. Cabe aos órgãos próprios do PSD e da coligação escolher o candidato que esteja em melhores condições de, interna e externamente, assegurar a apresentação de um novo projecto político para o concelho.
ü Cabeceiras não precisa de guerras pessoais ou partidárias. Ainda para mais num momento de dificuldades acrescidas pela crise nacional e internacional que vivemos.
ü Cabeceiras precisa de um plano de desenvolvimento, integrado e sustentável, que se traduza na democratização da gestão municipal, que promova a iniciativa privada, que alivie os encargos para os contribuintes, que reduza os custos de despesas correntes, que controle a dívida, que assegure o apoio social para os mais desfavorecidos, que satisfaça as necessidades básicas para a qualidade de vida das pessoas, que promova uma estratégia mobilizadora centrada no desenvolvimento das potencialidades locais, criando riqueza e criando emprego.

Texto para a edição de Agosto, do jornal "O BASTO"