domingo, 12 de julho de 2009

O nosso atraso...


Todos queremos uma terra promissora, desenvolvida, moderna, atractiva, ...
Quando ouvimos os nossos governantes empolgar estes desideratos, levam-nos a crer que assim é.
No entanto, uma terra para ser verdadeiramente desenvolvida tem de ter as condições básicas satisfeitas: água, luz, esgotos, rede viária, sistema de saúde, emprego, educação, ...
Poderia aqui falar de qualquer destes aspectos, mas fico-me apenas pelo primeiro: a água.
Como se entende, nos dias de hoje, que na nossa terra falte a água?
Que nem seja feito qualquer aviso prévio.
Como se pode querer acolher turistas e depois deixá-los sem água para tomar banho ou apenas lavar as mãos?
Este é um dos cenários do nosso atraso!

sábado, 11 de julho de 2009

Ratanices...


Na semana passada, o semanário Expresso noticiava que o Governo está a ponderar a construção de uns acessos sob a A8, para que uma espécie de ratos possa manter o seu habitat, sob pena de se extinguir aquela raça.
Coisa pouca para cada um dos contribuintes portugueses. Cerca de um euro a cada, num total de 6,9 milhões de euros!!!!
Quando nós sentimos a falta de tantas coisas essenciais: cuidados de saúde, apoio às crianças, espaços para os mais idosos, cuidados paliativos, .... para as pessoas, nada melhor do que gastar aos milhões para preservar ratos.
Não sou insensível à protecção dos animais, nada tenho contra os ratos, mas primeiro quero ver bem tratadas as pessoas.
Por isso, não aceito contribuir para este projecto.
Os nossos impostos devem ser criteriosamente gastos. Devem haver prioridades.
Aliás, eu até posso deduzir que estes projectos servem apenas outros "ratos"...

Atendimento hospitalar


Não apareci ontem por aqui...
Julguei que tinham sentido a minha falta, mas às tantas não...
Ontem tive de sair para uma reunião, que virou duas e pelo meio um acidente com um familiar que teve de ir para o hospital.
E é deste caso que quero hoje falar.
O meu sogro caiu em casa e teve de ser socorrido no Hospital de S. Marcos em Braga.
Nada de muito grave, mas sempre complicado para uma pessoa de 81 anos e com outros problemas de saúde.
À partida havia necessidade de ser suturado com alguns pontos, na cabeça, o que aconteceu com alguma rapidez, cerca de 45 m., mas depois veio um exame complementar. Havia que fazer uma TAC. Coisa que numa hora e pouca resolveu. Tudo parecia correr bem...
Começou então o martírio da espera. Sim, martírio para o próprio e para quantos lidaram com a situação. Cerca de três horas para que houvesse um médico para ver o exame e emitir o respectivo relatório.
No Hospital não havia médico para o efeito. Tinha de se recorrer à telemedicina e enquanto isso fica-se a fazer número no corredor da urgência, sujeito a apanhar vírus de outras doenças, sem condições para quem está fragilizado, para quem lá trabalha, para quem está a acompanhar.
É infelizmente o tratamento que nós cidadãos, que pagamos impostos, recebemos quando precisamos de recorrer aos hospitais, principalmente quando são os maiores.
Ao fim de seis horas o caso estava resolvido. Podia regressar a casa. Bastava o que tinha feito na primeira hora... as outras são para esquecer.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Resultado dos exames


Foram anunciados ontem os resultados dos exames.
Muitos alunos queixam-se das dificuldades das provas. Outros das notas "injustas" que os professores lhes deram.
Os professores lamentam a falta de estudo dos seus alunos ou congratulam-se com os bons resultados daqueles que se esforçaram ao longo do ano.
E qual é a avaliação que faz o Ministério da Educação?
Na sua tradicional linha de actuação, jamais passível de adjectivação, o ME culpa a comunicação social pelos resultados dos exames, que este ano foram piores do que no ano anterior.
Nunca ninguém se tinha lembrado deste argumento.
Descobrimos agora como a comunicação social andou, anos a fio, a prejudicar a educação dos nossos jovens, que sucessivamente vinham acumulando resultados menos positivos.
Depois veio o oásis do ano passado, fruto do trabalho do ME, da sr.ª Ministra e dos seus acólitos.
Agora, voltamos ao mesmo...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Basto, que futuro?


Na continuidade da XII edição dos Encontros de Basto, este ano realizada em Ribeira de Pena, tivemos hoje, para além do debate sobre o ensino profissional, uma declaração de empenho e louvor à região de Basto, por ocasião da homenagem a Francisco Botelho e na sessão de encerramento.
Tudo parece correr bem.
Falar de uma região vasta e rica, aberta como um concha ao longo do rio Tâmega, como a classificou Luís Jales de Oliveira é para nós um desafio e um prazer.
Contudo, ao longo dos últimos anos, os diferentes interesses das autarquias integrantes (Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto e Ribeira de Pena) têm vindo a desagregá-la, senão mesmo a destruí-la.
Aliás já Vítor Pimenta, no seu blogue "O Mal Maior", publicou um post "Região de Basto em Vias de Extinção", em14 de Setembro de 2007, que chamava a atenção para as medidas concretas adoptadas pelas autarquias que só contribuem para a destruição de uma unidade regional secular e a perda de uma identidade de uma subregião com muitas riquezas em comum.
Tudo isto nos faz pensar no futuro desta região e se estamos interessados ou não em a preservar enquanto tal.
Não podemos deixar perder o nosso passado pela promessa de umas migalhas para o futuro.
Talvez a necessidade de um amplo debate, um congresso de Basto...
Fica a ideia, a sugestão.

terça-feira, 7 de julho de 2009

"Encontro com Camilo"



Hoje encontrei "Camilo Castelo Branco", o nosso grande escritor e romancista do século XIX, junto à capela de Granja Velha, onde viveu algum tempo em casa do padre-mestre Manuel Rodrigues ou Manuel da Lixa.
Ali o desterraram para se preparar para os estudos em Coimbra, onde cursou Medicina.
No entanto, se para ali veio para curar a leviandade com que levava a vida, também ali sedimentou as suas aventuras amorosas.
Camilo é um escritor das paixões do Portugal rural, do Portugal profundo, como hoje se costuma dizer.
Granja Velha, Friúme, S. Salvador, em Ribeira de Pena, são alguns dos locais de um percurso camiliano que sabem preservar e divulgar.
Hoje por aqui andei. Por aqui reencontrei "Camilo", depois de ter lido muitas das suas obras.
Como é bom saber que uma terra pequena, modesta, é capaz de grandes coisas: valorizar-se através daqueles que a imortalizaram.
Como temos tanto para aprender com eles...
A realização dos "Encontros de Basto", uma organização do Centro de Formação de Basto, continua a reinventar motivos para ser útil e interessante.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

“Começaria por dar computadores aos professores”




"Recentemente, Don Tapscott, um especialista canadiano em tecnologia, recomendava ao Presidente dos EUA que olhasse para o investimento português em computadores para os alunos do ensino básico. O Magalhães não convence Stephen P. Heyneman, que falou sobre a política educativa da administração Obama, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, esta semana. “É um computador colorido. O que me perturba é ter sido dado às crianças como se elas pudessem ter autonomia para trabalhar sozinhas. E os professores?”, pergunta. “Começaria por dar computadores aos professores para trabalhar. Era isso que recomendaria à vossa ministra da Educação”, responde. O que viu foi crianças a brincar com o Magalhães, “como se fosse uma máquina de jogos e não como se tivessem um computador para trabalhar”. “Não deve ter sido para isso que os computadores foram distribuídos. Certamente não eram esses os objectivos do Ministério da Educação”, conclui. (Público, sem link)"

Citando Paulo Guinote, in A Educação do meu Umbigo

Comentário

Inteiramente de acordo. Como se compreende que os alunos tenham computadores nas salas de aula e o professor não?

Por outro lado, é bem vista a questão do computador ser encarado como mais um instrumento de jogo, de brincadeira e não como um instrumento de trabalho.

É verdadeiramente esta a imagem que se passa para a Escola, para os alunos.

Hoje o que interessa é brincar, entreter os alunos, desresponsabilizar até os próprios pais pela educação dos seus filhos.

Por este caminho não iremos longe. Urge mudar de agulha rapidamente e de forma categórica.

Quem terá coragem para encetar esse caminho?