domingo, 19 de julho de 2009

Louvar ou punir?


Hoje Cabeceiras de Basto viveu um dia de grande movimentação.
Milhares de pessoas, diria, também, milhares de viaturas, dirigiram-se para Abadim, para a Serra do Oural, para a inauguração do Hipódromo Municipal e assistir às corridas de cavalos.
Numa primeira abordagem diria que é de louvar a criação de espaços úteis e que levem à dinamização da nossa terra.
Não sendo especialista da área não posso afirmar a qualidade do mesmo, mas aparentemente parece uma obra adequada.
Daí o louvor.
Por outro lado, vem o reverso da medalha.
O referido hipódromo está localizado no espaço adjacente da pista para aeronaves e ambas estão numa área que é (ou era) de Reserva Ecológica Nacional - REN.
Assim sendo, torna-se necessário saber que estudos de impacto ambiental viabilizam essas obras.
Analisada a informação da Câmara Municipal, a referida pista justifica-se pelo combate aos fogos florestais, mas que se saiba, os referidos fogos combatem-se com aviões pesados e não com ultraleves ou aeronaves e é só para este efeito que a pista está licenciada.
Estaremos assim, a falar de um outro objectivo, como aliás é reconhecido, de favorecer o turismo.
Ora nada de mal, desde que o investimento o justificasse.
Esta obra "representa um investimento de grande dimensão", citando a informação autárquica, que obviamente o município tem vindo a suportar com o nosso dinheiro.
Onde estão os estudos financeiros de viabilidade económica?
Por isso, por trás de "boas" ideias podem esconder-se graves problemas - ambientais e financeiros.
Dado o conhecimento público destes factos, as entidades de supervisão não podem ignorar.
Uma parte significativa da Serra do Oural foi dizimada, alterando significativamente a paisagem.
Nestas obras gastaram-se rios de dinheiro público.
Nós, Cabeceirenses, cidadãos e contribuintes devemos conhecer com pormenor estas questões. Somos nós que estamos a pagar tudo isto.
Nesta perspectiva, teremos de punir.

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