domingo, 29 de novembro de 2009

Interculturalidade

Não me creio no lote dos racistas ou dos xenófobos. 
No entanto, também não sou daqueles que aceitam uma convivência sem regras, sem princípios e em subalternidade.
Todos os países e todos os povos têm o dever de acolhimento e de solidariedade.
Não ignoro, nem esqueço, quanto os nossos emigrantes passaram ou foram ajudados noutras paragens por onde andaram à procura daquilo que a sua própria pátria lhes negou.
Porém, todos aqueles que procuram apoio, trabalho, melhores condições de vida noutras paragens têm direito a ver respeitados os seus valores, as suas tradições, as suas formas de vida.
Penso, contudo, que não têm o direito de pôr em causa os valores, as tradições e as formas de vida de quantos os acolhem.
Vem tudo isto a propósito de uma mensagem do primeiro-ministro australiano à comunidade muçulmana naquele país e que aqui reproduzo a parte final.
"Este é o nosso país, a nossa terra, e o nosso estilo de vida. E oferecemos-vos a oportunidade de aproveitar tudo isto. Mas se vocês têm muitas razões de queixa, se estão fartos da nossa bandeira, do nosso compromisso, das nossas crenças cristãs, ou do nosso estilo de vida, incentivo-os fortemente a tirarem partido de uma outra grande liberdade autraliana: O DIREITO de PARTIR. Se não são felizes aqui, então PARTAM. Não vos forçamos a vir para aqui. Vocês pediram para vir para cá. Então, aceitem o país que vos aceitou."
Hoje, um pouco por toda a Europa e por outras paragens do mundo, existem graves conflitos entre as comunidades residentes de origens diversificadas, normalmente centradas nas questões religiosas e culturais.
Com o aumento do número das comunidades migrantes, transformam-se sociedades pacíficas em palcos de elevada conflitualidade.
É um fenómeno que não é novo, que todos reconhecem como problemático, mas para o qual as sociedades não têm encontrado as melhores soluções.
Se não houver uma maior acutilância sobre estas questões, estaremos a fabricar uma bomba explosiva de dimensões incalculáveis.

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