quarta-feira, 18 de agosto de 2010

As contas do TGV


Um ex-ministro das finanças referia, há pouco tempo, que ao Governo mais valia oferecer um Porsche a cada português do que avançar com o TGV.
Sou dos que perfilho a ideia de uma boa rede pública de transportes e essa passa inevitavelmente pelo comboio (rede suburbana) e pelo metro (rede urbana).
Mas dada a nossa desorganização urbanística e dispersidade geográfica, e tendo presente as actuais linhas de média velocidade entre os diferentes pólos urbanos do litoral, também me parece que investir muitos milhões de euros no TGV não vem trazer benefício de maior, bem pelo contrário, no plano financeiro.
Depois, como se compreende que havendo ligações aéreas entre as principais cidades do país (Porto, Lisboa e Faro) e do estrangeiro (Madrid, Barcelona, Paris, Roma, ...) a baixo custo, muito mais rápidas do que por comboio (de média ou máxima velocidade) e muito mais cómodas, se venha privilegiar o TGV.
O que realmente nos faz falta é uma ligação eficiente, rápida e o mais económica possível para o transporte de mercadorias, ligando os nossos portos marítimos ao centro da Europa.
Mas esse não é o plano governamental.
Daí a necessidade de deitar contas à vida e temer o pior com a construção do TGV.

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