quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A Sucessão

A Sucessão

Há um ano atrás ocorreram as eleições para as autarquias locais. Passou o primeiro ano, pelo que já só faltam três.

Daí, o ter começado o processo de sucessão na equipa do poder, já que o líder verá terminado o seu longo mandato.

Como em todas as organizações, o processo de sucessão é um filme de terror ou de faca e alguidar, tais são as manobras, as jogadas, os interesses em causa.

Aqui não foge à regra.

A sucessão do actual líder deveria por força de razão estar assegurada pelo seu número dois e braço direito de há muitos anos a esta parte, o Dr. Jorge Machado.

Seria o candidato natural por várias ordens de razão:

- É, há longos anos, vereador e vice-presidente da Câmara, o que lhe dá um conhecimento ímpar da situação da autarquia e do concelho;

- Foi um executor meticuloso da política definida pelo líder;

- Sempre lhe foi fiel;

- Demonstrou (para quem não o conhecia) inegáveis qualidades de trabalho, dedicação e competência;

- Assumiu a ligação ao partido;

- Foi “carne para canhão” em muitas das causas abraçadas pelo poder;

- Foi destacado para encabeçar projectos relevantes para o concelho e para as suas instituições (Fundação Gomes da Cunha e Bombeiros), com resultados muito positivos.

O Dr. Jorge Machado alia ainda indubitável inteligência, que colocou ao serviço da autarquia e do PS, na sua actividade autárquica e associativa.

Por tudo isto, esperar-se-ia uma sucessão natural.

Contudo, o líder parece ter uma outra estratégia.

Como entender que na recente presença da RTP no nosso concelho, no programa “Verão Total”, participassem inúmeros convidados, representantes de um vasto leque de instituições e o Dr. Jorge Machado tenha sido esquecido, mesmo quando se tratou de representar as instituições que dirige?

Comenta-se, ainda por aí, que nos últimos tempos tem sido arredado do círculo de poder, mantendo-se apenas no exercício de funções para não criar problemas.

Sinais inequívocos de que há uma outra agenda, uma outra solução, alguém que seja ainda mais permeável.

Mau sinal para os cabeceirenses. Sinal que se privilegiam mais os interesses pessoais e partidários do que os interesses do concelho.

Nada que não estivesse escrito nas estrelas, como em devido tempo se previu…

Estado Social

Não sabemos onde se meteu o Governo defensor do “estado social” dos últimos meses.

Passou a assumir o desastre social: o desemprego e o seu aumento futuro, o corte de abono de família, o corte nos subsídios sociais, o aumento dos impostos, o corte nos salários, o fim dos medicamentos gratuitos, a redução dos investimentos, …

Afinal a estratégia seguida serviu apenas e só para ganhar as eleições de há um ano.

Perdeu-se o País por uma dúzia de anos!

Publicado na edição de Outubro de "O Basto"

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