2. UMA HORA ENTRE TÓQUIO E NEW YORK
O jactot mais veloz - o avião espia SR-71- atinge uma velocidade de Mach 3.3. Mas a nova geração de motores scramjet promete romper todas as barreiras de velocidade com marcas desde sete (Mach 7) a 18 vezes a velocidade do som. A tecnologia destes motores permite que o ar seja comprimido e aquecido antes de ser misturado com o hidrogénio. Esta combustão gera um impulso extremamente potente e deixa apenas un rasto de vapor de água. Com Mach 8, uma viagem entre Tóquio e New York duraria 70 minutos. Em Dezembro, a Nasa realizará a primeira prova do X-51A, desenvolvido pela Boeing e que voará a Mach 5.
Pela Liberdade! Como sempre na batalha pela Liberdade (de expressão) e pela Democracia. Mais um desafio a vencer!
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
10 Ideias que nos mudarão a vida - 2
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
10 Ideias que nos mudarão a vida - 1
"Petróleo 2.0". Assim se conhece a iniciativa da empresa LS9, dos USA., cujos cientistas alteraram genes de microorganismos para que excretem crude. Trata-se de bactérias E. coli, às quais se alterou o ADN para que gerem este composto, o qual é ligeiramente diferente dos ácidos gordos que estes organismos normalmente produzem.
Trata-se de uma fonte renovável de combustível, pelo que os planos da empresa incluem uma fábrica comercial em 2011. De forma similar, a empresa espanhola Bio Fuel System (BFS) também criou um petróleo biológico e renovável. Neste caso, utilizam-se células de microalgas marinhas que se alimentam de luz solar, CO2, fósforo e azoto. Em cilindros de três metros de altura, concentram-se à razão de 200 milhões por centímetro cúbico,dividem-se constantemente, gerando uma biomassa similar à que há 200 milhões de anos deu origem ao petróleo. Diferente do crude normal, esta versão não tem enxofre nem metais pesados ou cor negra. BFS já tem várias plantas de produção deste "biopetróleo" e a meta futura é começar a instalar centrais termoeléctricas que forneçam electricidade a 3.000 vivendas cada uma.
O fato usado do presidente
quando vi a grande notícia da noite. Entre os atentados em Bagdade e
as agências de rating, uma voz off anuncia o que as câmaras filmam: o
presidente da maior empresa pública portuguesa a levar dois saquinhos
de papel com roupa usada e um brinquedinho (usado) para uns caixotes
de cartão, cheios de coisas usadas para oferecer no Natal. Fiquei
comovida. Que imagem de boa pessoa, que gesto bonito: pegar num
fatinho usado do seu guarda-vestidos que deve ter uns 200 e num
pequeno brinquedo de peluche, e depositar tudo no caixote de cartão
para posteriormente ser redistribuído? À administração da empresa?
Não, a notícia explica que é para oferecer aos pobrezinhos, que estão
a aumentar com a crise. A RTP, Telejornal à hora nobre, filma o
comovente gesto. Em off, o locutor explica o sentido dizendo que
alguém vai ter no sapatinho um fato de marca. Olhando para os sacos de
papel, percebe-se que esse alguém também receberá umas meias usadas e
talvez mesmo uma camisa de marca usada.
Primeiro, pensei que estava a dormir e um pesadelo me fizera voltar ao
tempo de Salazar, à RTP a preto e branco ou à série da Rita Blanco
«Conta-me como foi».
Mas não, eu estava acordada e a ver o presidente da EDP no Telejornal
da RTP 1 (podem ver o filme na net) posar sorridente para as câmaras,
a levar um saquinho a um caixote, que não era de lixo, mas de oferta.
Por acaso, estava à porta da EDP a RTP a filmar o gesto. Iam a passar
e filmaram, certamente, porque para os pobres os fatos em segunda mão
de marca assentam como uma luva. Um velhinho num lar de Vila Real
vestido Rosa & Teixeira sempre é outra coisa. Ou o homeless na sopa
dos pobres com Boss faz outra figura, ou o desempregado com Armani
numa entrevista do fundo de desemprego... Mentalidade herdada do
Estado Novo, foi a minha primeira análise, teorizando imediatamente
que os ricos em Portugal, os que recebem prémios de milhões em
empresas públicas e ordenados escandalosos e que puseram o mundo e o
país como se vê, são os mesmos com a mesma mentalidade salazarenta.
Mas nem é verdade, pois, mesmo nesse tempo, as senhoras do regime
organizavam enxovais novos nas aulas de lavores do meu liceu para dar
no Natal aos pobres que iam nascer.
Tantos assessores de imprensa na EDP, tantos assessores na Fundação
EDP, milhões de euros gastos em geniais campanhas de marketing, tantas
cabeças inteligentes diariamente pagas para vender a imagem do
presidente da EDP, tudo pago a preço de ouro, e não concebem nada
melhor do que mandar (!?) filmar, no espaço do Telejornal mais
importante do país, um gesto indigno, triste, lamentável, que
envergonha quem vê. Não têm vergonha? Não coraram? E a RTP que
critérios usa no Telejornal para incluir uma notícia?
Há uns meses escrevi ao presidente da EDP e telefonei-lhe mesmo, a
pedir ajuda da empresa para reparar a velha instalação eléctrica,
gasta pelo uso e pelo tempo, de uma instituição, onde vivem 40 adultas
cegas e com deficiências e que têm um dos mais ricos patrimónios
culturais do país. A instituição recebeu meses depois a resposta: a
Fundação EDP esclarecia que esse pedido não se enquadrava nas suas
atribuições. Agora percebi. Pedia-se fios eléctricos, quadros
eléctricos novos e lâmpadas novas. Devia-se ter escrito ao senhor
presidente da maior empresa (pública) portuguesa, com os maiores
prémios de desempenho, cujo vencimento é superior ao do presidente dos
Estados Unidos, para que oferecesse uma lâmpada em segunda mão, que
ainda acendesse e desse alguma luz. Talvez assim mandasse um dos seus
motoristas, com um dos geniais assessores de imprensa e um dos
fantásticos directores de marketing, avisar a RTP (a quem pagamos uma
taxa na factura da luz) para virem filmar a entrega da lâmpada num
saquinho de papel.
2011 anuncia-se um ano duro para os portugueses e sê-lo-á tanto mais
quanto os responsáveis pelo estado a que se chegou não saírem da nossa
frente.
domingo, 2 de janeiro de 2011
Os básicos
Escrevi há tempos, em plena euforia com os resultados do PISA, que os nossos alunos estavam menos burros, mas continuavam burros.
O Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação veio agora confirmá-lo: depois de uma análise exaustiva a 1700 escolas, parece que os alunos do 8º ao 12º ano não sabem raciocinar nem escrever. Segundo o GAVE, as nossas ‘crianças’ são incapazes de estruturar um texto; explicar um raciocínio com lógica; utilizar linguagem rigorosa; e, Deus meu, utilizar diferentes conceitos da mesma disciplina. Por outras palavras: as nossas ‘crianças’ são capazes de exercícios elementares, como acontece com alguns símios de laboratório; mas o passo final para o conhecimento humano está-lhes interdito.
Isto, ao contrário do que sucedeu com o PISA, não mereceu do governo um comentário. O que se compreende: os nossos governantes, a começar pelo líder da banda, são também um produto do analfabetismo e da lassidão que reinam no sistema de ensino. Confrontados com o relatório do GAVE, o mais certo é não saberem lê-lo ou interpretá-lo.
Por:João Pereira Coutinho
in: Correio da Manhã