Tenho ficado um pouco à margem das incidências do processo face oculta.
O barulho é imenso na comunicação social, não vale a pena lançar mais gasolina no lume.
No entanto não quero deixar de aqui deixar três ideias.
Primeira - Como é possível que nenhum poder de fiscalização, de segurança, da justiça tenha funcionado, permitindo que impunemente se tenha montado uma teia tão vasta e tão poderosa?
É que este processo só é despoletado através de uma investigação a um caso em que, em comum com ele, só têm os mesmos protagonistas.
Segunda - Como é possível manter-se em exercício de funções um primeiro-ministro que, de forma irremediável, perdeu a dignidade de Estado?
Como já aqui tinha escrito, em citação de António José Saraiva, conhecidas as escutas o primeiro-ministro ou se demite ou tem de ser demitido.
Mesmo acontecendo isso, nem uma nem outra coisa veio a acontecer (para já).
Terceira - Portugal vive uma das maiores crises financeiras de todos os tempos. Crise que foi desmascarada pela crise internacional, mas que já existia e perdura para além dos efeitos sentidos na comunidade internacional. Cavaco Silva tem apelado, veja-se o resultado do Conselho de Estado, à unidade nacional para evitar juntar a esta crise, uma outra de contornos políticos.
Mas, face à actual realidade, não será importante clarificar a situação, evitando o continuado afundamento no pântano da governação socialista de José Sócrates?
O estado crítico em que nos encontramos não é compatível apenas com o desejo de Alberto João Jardim, à saída da reunião do Conselho de Estado, "bom Carnaval".
Está na hora de se exigirem responsabilidades a quem durante cinco anos tem levado o País para a banca rota, para a degradação de valores, para o desprestígio das instituições e dos seus legítimos titulares, para o aviltamento de quantos trabalham e pagam os seus impostos.
É tempo de tirar as máscaras.
Sem comentários:
Enviar um comentário