sábado, 20 de março de 2010

De bolsos vazios

De bolsos vazios

Portugal, bem assim como os demais países do sul da Europa (PIGS – Portugal, Itália, Grécia e Espanha), vivem dias difíceis nas suas economias.

Durante anos seguidos foram vivendo acima das suas possibilidades, gastando o que não tinham, nem produziam, e aumentando o endividamento.

A crise internacional, que afectou todas as economias, mais acentuou a situação.

Ao contrário do que o poder socialista procura fazer crer, Portugal não está no bom caminho, nem tão pouco tem vindo a tomar as medidas que façam retomar o reequilíbrio orçamental.

A apresentação do PEC vem demonstrar isso mesmo, com clareza.

São precisas medidas que contrariam tudo quanto foi prometido e que era negado ainda há pouco mais de dois meses.

E as soluções passam, essencialmente e mais uma vez, pelo aumento da carga fiscal sobre os cidadãos e as empresas.

Isto é, o governo gasta e esbanja, mas depois vem ao nosso bolso buscar mais uns euros para equilibrar as suas contas.

Ora esta medida funciona bem à primeira vez, funciona mais uma ou outra vez, mas de tanto meter a mão no bolso, só encontra os bolsos vazios.

E nessa ocasião, a situação é preocupante. Nem o estado resolve o problema das suas contas públicas, nem os cidadãos conseguem viver dignamente.

Por isso registamos os mais escandalosos índices de desemprego, de pobreza, de criminalidade, de fecho de empresas, de corrupção, …

É tempo de se falar verdade aos portugueses. É tempo de tomar medidas adequadas na contenção dos (grandes) gastos públicos, é tempo de moralizar a gestão das contas do estado.

É tempo de se respeitar os cidadãos, já que estes são legitimamente obrigados a contribuir para o orçamento nacional, mas têm também o legítimo direito de exigir que a sua contribuição seja devidamente utilizada por quem tem o dever de governar.

Confiança na Justiça

Muito se fala da morosidade da Justiça, da falta de credibilidade, da impunidade dos mais poderosos. Afirma-se até que a Justiça não condena os criminosos, nem absolve os inocentes.

No entanto, numa análise mais atenta, verificamos que a grande maioria dos processos são investigados, julgados e obtêm uma sentença que transita em julgado.

Esta situação verifica-se na generalidade dos processos comuns e em múltiplos processos, mesmo que complexos.

Porém, esta regra parece criar a excepção quando pelo meio aparecem figuras ligadas ao PS. Vejamos o que se passa com os processos Casa Pia, Face Oculta e outros.

Não se percebe que a PJ faça um tão bom trabalho na investigação de todo o tipo de casos e seja dada como incompetente nestes. Não se percebe que os Tribunais se vejam incapacitados para resolver estes casos, quando não manifestaram idêntica dificuldade para julgar outros.

E o pior que pode ocorrer é perder-se a confiança na Justiça.


Publicado no jornal "O Basto" na sua edição de Março de 2010

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