domingo, 13 de dezembro de 2009

Uma nova perspectiva



Todas as ideias têm um tempo.
Um tempo para serem geradas, outro para serem amadurecidas, outro tempo para serem executadas e assumidas. Haverá sempre tempo para serem avaliadas.
Na Educação e na vida dos Professores, sabemos bem quanto o tempo tem significado.
Os Professores viveram os últimos quatro anos debaixo de fogo.
Viveram, também, sempre sob a suspeita de serem uns marginais da sociedade, já que diziam que "não fazem nada e ganham bem".
Com isso, o Governo de Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues achincalhou uma classe, quase toda, com formação de base de licenciatura e já com muitos milhares de mestres e doutores.
Será que alguma sociedade poderá progredir quando se põe em causa uma das classes mais qualificadas de um país?
Por isso, urge ultrapassar os diferendos com uma nova perspectiva.
As propostas já nem são de hoje.
Desde a primeira hora que elas foram formuladas e apresentadas. Porém, não era o tempo delas.
Hoje, essas propostas (certamente adequadas ao novo contexto) começam a fazer sentido.
Mais, questiona-se até porque não o fizeram mais cedo.
Vem tudo isto em consequência da apresentação das propostas da ANP - Associação Nacional de Professores à Sr.ª Ministra da Educação.
Pensar a "Profissão Docente", definir um "Código Deontológico", referenciar uma "Ética Profissional", são patamares essenciais para estabelecer a base do respeito, do prestígio e da confiança nas escolas, nos professores, no ensino e na educação.
Só definindo os quadros de referência se pode aferir os resultados e avaliá-los.
Como é que o ME quer avaliar os professores se não tem definidos os quadros de referência?
É, pois, tempo de olhar todos os contributos com humildade.
Assumir que os Professores são os primeiros e principais parceiros na definição e na execução das políticas educativas do país.
Nenhuma política será adoptada, nesta como em qualquer outra área, no nosso país ou noutro qualquer, sem a compreensão dos próprios, sem o seu empenhamento, sem a sua cooperação.
Estou convicto que a nova equipa ministerial tem mais sensibilidade para o problema. Mas também tenho dúvidas que tenha poder para impor as medidas que se exigem.

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