terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Uma outra leitura



Ontem, no post que coloquei sobre a proposta do ME quanto à alteração do ECD, considerei que há outras leituras que se podem fazer.
Vejamos:
O ME se quisesse conter apenas os gastos com os professores, facilmente cederia tudo na avaliação em troca das medidas mais gravosas na progressão da carreira.
Isto é, cedia naquilo que foi publicamente muito contestado e levava a água ao seu moinho, o que sempre foi a contenção salarial.
Mas não. Deu um ar de maior abertura, de aceitação de alguns princípios que foi colhendo das várias audições, mas não cedeu, de facto, em nenhuma das áreas críticas, a não ser numa simplificação do modelo de avaliação.
Ora esta posição continua a ser uma atitude provocatória para os professores.
O que se espera que venha a acontecer?
Os partidos, que exigiram na Assembleia da República uma solução, serão pressionados a legislar de acordo com os compromissos anteriormente assumidos.
Aqui está o cerne da questão.
O Governo, o PS e a estratégia de Sócrates de esticar a corda, esfalfa-se na vitimização, procurando a todo o custo que a oposição unida force a demissão do governo.
Por isso, a proposta de alteração do ECD, que nunca teve nada a ver com a melhoria da educação e do ensino, com a dignificação dos professores e com valorização do seu mérito, torna-se cada vez mais num instrumento de guerra política e de guerrilha institucional.
Uma outra leitura que a seu tempo virá ao de cima?...

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