sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Pela nossa Saúde



Guardei para o último post sobre as eleições autárquicas a questão da Saúde.
Ao longo dos já quatro mandatos do actual poder autárquico socialista, a questão da Saúde tem merecido sempre lugar de relevo.
Há dezasseis anos atrás, determinava-se a necessidade da construção de um novo Centro de Saúde, que requalificasse as condições do seu funcionamento.
No entanto, estava subjacente que se criassem as condições para poder substituir o antigo Hospital Dr. Júlio Henriques, da Santa Casa da Misericórdia.
Daí a construção do novo Centro de Saúde, com a pretensão de, mais tarde, aí instalar a urgência (SAP - Serviço de Atendimento Permanente).
No entanto, o projecto de construção do Centro de Saúde não previu qualquer valência de urgência.
Anos volvidos e depois de muitas vicissitudes, a urgência acabou transferida para a cave (disse bem - cave) do Centro de Saúde, depois de aí terem sido feitas umas obras de beneficiação.
Esse processo ficará para sempre gravado na memória dos Cabeceirenses.
Por todo o concelho, o PS realizou comícios e uma manifestação, em plena Praça da República, contra a Santa Casa da Misericórdia, só porque esta tinha um projecto aprovado pelo Ministério da Saúde para a criação de uma Unidade de Cuidados Continuados e para a recuperação do Hospital para uma clínica.
Defendia o PS então, que os serviços de saúde (Centro de Saúde, urgência e internamento) teriam de ser exclusivamente públicos e ficar apenas nas instalações do Centro de Saúde.
Que me recorde, esta atitude do PS é única. 
Nunca vi, nem ouvi falar, de que em Portugal ou noutro país do mundo, se façam manifestações para impedir o desenvolvimento dos cuidados de saúde.
Mas, para que o plano prosseguisse, faltava, ainda, o internamento.
Esta valência tinha ficado para trás, com o encerramento forçado e apressado do Hospital.
Eis que, numa operação de acoplamento, não prevista no Plano de Pormenor, foi criado um apêndice ao Centro de Saúde, eufemisticamente destinado a uma Unidade de Cuidados Continuados - UCC.
Há meses que estão prontas as instalações.
Pelo meio, ainda tivemos direito a ter os serviços em contentores, enquanto decorriam as obras.
Mas chegados a este ponto, o que temos?
Nada!!!!
A dita UCC não foi inaugurada, nem funciona, e segundo o que consta, nem funcionará.
Segundo as orientações do Ministério da Saúde, até o serviço de urgência (SAP) está em vias de ser encerrado.
Desde a primeira hora que este processo contraria as regras definidas pelo Plano Nacional de Saúde, que enumera os vários patamares de intervenção e dos locais onde são efectivados.
Em Cabeceiras de Basto, todos os estudos e propostas técnicas apontam apenas para o funcionamento de um centro de saúde público e agora até evoluindo para uma Unidade de Saúde Familiar - USF.
Assim sendo, o que diz o PS?
Diz nada!
Lendo-se o seu programa eleitoral, nem uma palavra, nem uma vírgula, para esta questão. Mesmo..., mesmo nada!!!!
Já esqueceram o que prometeram e não cumpriram?
Já esqueceram que impediram de, há cerca de seis anos, o nosso concelho ter  todos os serviços contratualizados entre a Misericórdia e o Estado?
Não reconhecem que milhares de cabeceirenses foram e continuam a ser prejudicados pelas decisões tomadas nesta matéria?
Querem que esqueçamos que não temos o que prometeram criar e ainda nos tiraram o que podíamos ter?
E hoje não dizem nada?
Mais, garantem ou não que após as eleições e de forma duradoura irá manter-se o serviço de urgência?
Nunca esquecerei o que fizeram ao concelho e a muitos cabeceirenses nesta matéria.
Mas é bom que os cabeceirenses também não se esqueçam disto para o futuro.
Porque estou convencido que o futuro ainda nos trará mais más notícias.


É por esta e por outras que o PS não merece o voto dos Cabeceirenses no dia 11 de Outubro.
É que com a saúde e a vida das pessoas não se brinca.
Com a saúde não se faz política partidária!

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