sábado, 22 de janeiro de 2011

O meu dever é falar.

[...]
Ultrapassámos os limites do tolerável e do suportável. Ontem, o estudo
acompanhado e a área-projecto eram indispensáveis e causa de sucesso.
Hoje acabaram. Ontem, exigiram-se às escolas planos de acção. Hoje
ordenam que os atirem ao lixo. Ontem Sócrates elogiou os directores.
Hoje reduz-lhe o salário e esfrangalha-lhes as equipas e os propósitos
com que se candidataram e foram eleitos. Ontem puseram dois
professores nas aulas de EVT em nome da segurança e da pedagogia
activa. Hoje dizem que tais conceitos são impróprios. Ontem
sacralizava-se a escola a tempo inteiro. Hoje assinam o óbito do
desporto escolar e exterminam as actividades extracurriculares. Ontem
criaram a Parque Escolar para banquetear clientelas e desorçamentar 3
mil milhões de euros de dívidas. Hoje deixaram as escolas sem dinheiro
para manter o luxo pacóvio das construções ou sequer pagar as rendas
aos novos senhores feudais. Ontem pagaram a formação de milhares de
professores. Hoje despedem-nos sem critério, igualmente aos milhares.
in: Crónica de Santana Castilho

Comentário
A vida das Escolas, dos Alunos, dos Professores, dos Encarregados de Educação, tem sido posta cacos com as medidas avulsas deste (e de muitos outros anteriores) Ministérios da Educação.
Já está mais do que provado que no ME se sobrepõem os interesses políticos e partidárias acima dos direitos de que são credores as comunidades educativas.
É por isso que se exige um pacto, um plano global de médio prazo para a Educação.
É por isso que se torna urgente a definição do Regime de Autonomia do Ensino não Superior.
É por isso que é fundamental a Auto-regulação da Profissão Docente.
Terão de ser estes os pilares da Educação no futuro.
Quanto mais tarde acordarmos para o cumprimento destes três objectivos, mais tarde e mais comprometida está a Educação e o Ensino dos nossos jovens.

Sem comentários:

Enviar um comentário