domingo, 9 de agosto de 2009

Em quem poderemos afinal confiar?

"Os socialistas não recebem lições?", questionava José António Lima, na sua crónica 'Dito & Feito', da edição desta semana do semanário Sol, para concluir que "deve ser por isso que não aprendem nada. E que não percebem que o país e a predisposição política do eleitorado mudaram muito nestes últimos doze meses: os portugueses fartaram-se da arrogância maioritária e a falta de resultados desta governação".
Por outro lado, o director José António Saraiva, na sua rubrica 'Política a sério', refere "mas neste momento Sócrates enfrenta - é inútil ignorá-lo - um problema de credibilidade. É que com ele e o seu Governo, as trapalhadas repetem-se."... "É muita coisa junta. São trapalhadas atrás de trapalhadas, São muitas afirmações cuja veracidade se questiona."... "Mas não se confia totalmente naquilo que diz. Pior: o ar convicto com que faz certas afirmações ou certos desmentidos já soa a falso. Ora quando o país não sabe se deve acreditar no que o primeiro-ministro diz, cria-se um clima de desconfiança generalizada. Que atinge tudo e todos - e afecta a credibilidade do sistema."

É este o clima que se vive em Portugal, após quatro anos e meio depois de o PS governar com maioria absoluta e total apoio institucional do Presidente da República. Situação que se vive pela primeira vez na história da nossa democracia, quando os dois órgãos de soberania são oriundos de forças políticas diferentes.
Por um lado não há resultados que sirvam os portugueses e a governação ou os seus representantes envolvem-se em sucessivas trapalhadas.
Como se sentirá o ex-Presidente da República Jorge Sampaio quando recordar a demissão de Santana Lopes, baseada exactamente na ocorrência de trapalhadas?
Mas o que é essencial é a questão com que Saraiva termina o seu artigo: "Em quem poderemos afinal confiar?"
Cabe-nos escolher a solução no quadro eleitoral de 27 de Setembro.
Voltar a escolher José Sócrates (se bem que sem maioria absoluta), ou dar uma oportunidade a Ferreira Leite? Francisco Louçã, Jerónimo de Sousa ou Paulo Portas serão sempre opções minoritárias que só poderão contribuir (ou não) para uma solução estável num quadro de compromisso pós-eleitoral.
Pela minha parte, sei em quem confiar, obviamente!

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