quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Vêm aí as eleições II


O Verão aquece, não porque o Sol tenha vindo mais tórrido do que em anos anteriores, bem pelo contrário, mas porque o resultado das eleições para o Parlamento Europeu veio criar uma nova realidade sócio-política.

Quando todos os opinadores e todas as sondagens apregoavam a vitória do PS, eis que o PSD, de Manuela Ferreira Leite e Paulo Rangel, fez ruir o cenário e perspectivar uma nova realidade para as eleições legislativas.

O Verão vai ser quente, porque estaremos permanentemente em campanha eleitoral. Agora para as legislativas, a 27 de Setembro (em pleno S. Miguel – isto é que vai ser uma festa!) e as autárquicas a 11 de Outubro.

As eleições constituem a ocasião dos eleitores delegarem o seu poder nos seus representantes, nos diferentes órgãos de poder.

Estes actos não podem ser um ritual, um formalismo, uma leviandade. Já vimos o que aconteceu nos últimos quatro anos.

Devemos exigir de quem se candidata (de livre vontade) que nos apresente um programa pelo qual se responsabilize, sob pena de ser penalizado na avaliação que se virá a fazer.

Por isso, primeiro, devemos começar por analisar as propostas feitas por quem governou e verificar se realmente elas foram cumpridas. Enfim, avaliar quem quis avaliar toda a gente.

O PS de José Sócrates prometeu, de entre outras coisas e como as mais relevantes para a decisão do eleitorado, as seguintes cinco medidas: criar cento e cinquenta mil empregos; não subir os impostos; o choque tecnológico; controlar o défice; qualificar a educação.

Vejamos agora os resultados:

1.ª – Em vez de criar empregos, criou centenas de milhar de desempregados e milhares de novos pobres;

2.ª – Aumentou todos os impostos existentes e ainda criou outros;

3.ª – O choque tecnológico é a medida com maior sucesso. Muitas áreas foram abrangidas por medidas concretas e eficazes. Mesmo assim há processos a necessitar de maior atenção e nem sempre os resultados foram os esperados, como no caso do “Magalhães”.

4.ª – O défice começou por ficar controlado através do estrangulamento dos orçamentos familiares e das empresas, mais pela via da receita do estado, do que pelo controlo da despesa. Mas foi Sol de pouca dura. O descontrolo está aí de novo. E nem vale a pena recorrer ao argumento da crise mundial. Especialistas internacionais já têm afirmado que Portugal não tomou as medidas adequadas de controlo da despesa, sem o que não se podem esperar resultados positivos.

5.º – Na educação, as “boas intenções” redundaram no maior confronto de que há memória na História de Portugal, nesta área. Todos têm a certeza que os quatro anos de guerras em nada beneficiaram as Escolas, os Professores e sobretudo os alunos. O facilitismo, a desresponsabilização dos alunos e das famílias, uma nova perspectiva de Escola, mais virada para o apoio social, em vez da exigência das aprendizagens e do conhecimento, fizeram deste sector uma bandeira, que chegou ao fim de mandato em frangalhos, conforme o próprio Sócrates reconheceu que houve excessos e nem tudo correu bem.

Por isto e por muito mais, o balanço que se faz é muito negativo.

Em conclusão, este Governo, este Primeiro-Ministro, este PS absolutista (de maioria absoluta) não merece de novo o apoio dos eleitores portugueses. Tiveram já um cartão vermelho nas eleições de Junho. Há agora que lhe apontar a saída do palco.

Urge analisar as propostas verdadeiramente alternativas e em coerência escolher aquela que melhor sirva os interesses dos portugueses.

Texto publicado no jornal "O Basto", edição de Agosto

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