A vida de António
José Seguro não está a ser fácil à frente do PS.
Sócrates e os seus
apoiantes não se reveem nas suas decisões.
A questão do
Orçamento de Estado para 2012 veio trazer à evidência essas divergências.
Enquanto Seguro
queria viabilizar a aprovação do documento, mesmo que somente pela abstenção,
um grupo considerável de deputados e dirigentes socialistas fizeram tudo para
que o PS votasse contra.
Soube-se até que o próprio Sócrates
exigia essa posição, a única que salvaguardaria a herança do seu consolado.
Seguro tentou estar
de bem com todos, à sua maneira. Foi adiando a decisão final, foi apresentando
propostas contraditórias, mas isso foi criando maiores clivagens internas.
Seguro apresentou a
proposta de reduzir apenas um dos subsídios, sugeriu que se deveria alargar o
prazo para a consolidação das contas públicas, mas a troika disse que não era possível.
Insatisfeito, veio
afirmar que a troika não é arbitro e
por isso não aceitava as suas decisões.
Tem razão! A troika não é o árbitro. A troika é a dona do dinheiro que nós
queremos emprestados e de que carecemos. É a entidade que o Governo, de que
Seguro era apoiante, chamou para nos vir livrar da bancarrota. É quem tem o
dinheiro, é quem decidiu as condições em que o empresta e que o PS aceitou.
Pelos vistos ou
Seguro ainda não compreendeu isso ou então quer fazer de nós parvos.
Os portugueses estão
a passar privações, estão confrontados com um futuro negro, porque a governação
destes últimos anos da responsabilidade do PS e de Sócrates nos levaram à
miséria e à desacreditação junto dos mercados financeiros.
As medidas, que se
estão a aplicar, são as que decorrem das negociações e do acordo celebrado
entre o PS e a troika. O primeiro
partido que devia assumi-las deveria ser o próprio PS, se estivesse de boa-fé
neste processo, se estivesse a querer ajudar o país e os portugueses a sair da
crise.
Mas como no passado,
o PS só pensa nos resultados eleitorais.
É por isso que
estamos neste estado!
Vencer
as dificuldades…
Há
precisamente três anos dei início a esta coluna.
Nesse
primeiro artigo saudei a vida e a amizade, a propósito da homenagem que se
tinha realizado ao Sr. Mário Campilho, por ocasião do seu octogésimo
aniversário.
Referi
a certo ponto: “Como foi ensurdecedor o silêncio, durante a intervenção de um
dos oradores, que expressou o sonho de viver numa sociedade mais fraterna, mais
solidária, mais participativa, mais justa, e nos incentivou a sonhar também.
Todos nós sonhamos com um futuro melhor.”
Porém,
os dias de hoje são para todos nós um enorme pesadelo.
E
nesta época natalícia, propiciadora de um ambiente mais solidário e em que
almejamos um novo ano mais promissor, temos hoje a convicção que os próximos
tempos serão de privação e de incerteza.
Mas
também temos consciência que seguramente seremos capazes de vencer as
dificuldades deste período, como o fomos no passado recente e ao longo da nossa
longa História.
Com
mais ou menos dificuldades, estou certo que vamos viver esta época natalícia
com o mesmo espírito cristão, com a mesma solidariedade, com a mesma
consciência fraternal e familiar.
A
todos as melhores Festas e o melhor Ano de 2012.
Texto para a edição de Dezembro de "O Basto"
Como é que essa gente (PS)poderá apoiar estas medidas se são os próprios a dizer que não temos nada que pagar e que se estão a "marimbar" para a dívida!!!!
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