sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

É por isso que estamos neste estado!


A vida de António José Seguro não está a ser fácil à frente do PS.
Sócrates e os seus apoiantes não se reveem nas suas decisões.
A questão do Orçamento de Estado para 2012 veio trazer à evidência essas divergências.
Enquanto Seguro queria viabilizar a aprovação do documento, mesmo que somente pela abstenção, um grupo considerável de deputados e dirigentes socialistas fizeram tudo para que o PS votasse contra.
Soube-se até que o próprio Sócrates exigia essa posição, a única que salvaguardaria a herança do seu consolado.
Seguro tentou estar de bem com todos, à sua maneira. Foi adiando a decisão final, foi apresentando propostas contraditórias, mas isso foi criando maiores clivagens internas.
Seguro apresentou a proposta de reduzir apenas um dos subsídios, sugeriu que se deveria alargar o prazo para a consolidação das contas públicas, mas a troika disse que não era possível.
Insatisfeito, veio afirmar que a troika não é arbitro e por isso não aceitava as suas decisões.
Tem razão! A troika não é o árbitro. A troika é a dona do dinheiro que nós queremos emprestados e de que carecemos. É a entidade que o Governo, de que Seguro era apoiante, chamou para nos vir livrar da bancarrota. É quem tem o dinheiro, é quem decidiu as condições em que o empresta e que o PS aceitou.
Pelos vistos ou Seguro ainda não compreendeu isso ou então quer fazer de nós parvos.
Os portugueses estão a passar privações, estão confrontados com um futuro negro, porque a governação destes últimos anos da responsabilidade do PS e de Sócrates nos levaram à miséria e à desacreditação junto dos mercados financeiros.
As medidas, que se estão a aplicar, são as que decorrem das negociações e do acordo celebrado entre o PS e a troika. O primeiro partido que devia assumi-las deveria ser o próprio PS, se estivesse de boa-fé neste processo, se estivesse a querer ajudar o país e os portugueses a sair da crise.
Mas como no passado, o PS só pensa nos resultados eleitorais.
É por isso que estamos neste estado!
            
Vencer as dificuldades…
           
            Há precisamente três anos dei início a esta coluna.
            Nesse primeiro artigo saudei a vida e a amizade, a propósito da homenagem que se tinha realizado ao Sr. Mário Campilho, por ocasião do seu octogésimo aniversário.
            Referi a certo ponto: “Como foi ensurdecedor o silêncio, durante a intervenção de um dos oradores, que expressou o sonho de viver numa sociedade mais fraterna, mais solidária, mais participativa, mais justa, e nos incentivou a sonhar também. Todos nós sonhamos com um futuro melhor.”
            Porém, os dias de hoje são para todos nós um enorme pesadelo.
            E nesta época natalícia, propiciadora de um ambiente mais solidário e em que almejamos um novo ano mais promissor, temos hoje a convicção que os próximos tempos serão de privação e de incerteza.
            Mas também temos consciência que seguramente seremos capazes de vencer as dificuldades deste período, como o fomos no passado recente e ao longo da nossa longa História.
            Com mais ou menos dificuldades, estou certo que vamos viver esta época natalícia com o mesmo espírito cristão, com a mesma solidariedade, com a mesma consciência fraternal e familiar.
            A todos as melhores Festas e o melhor Ano de 2012.

Texto para a edição de Dezembro de "O Basto"

1 comentário:

  1. Como é que essa gente (PS)poderá apoiar estas medidas se são os próprios a dizer que não temos nada que pagar e que se estão a "marimbar" para a dívida!!!!

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