segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Novo Ano, novo desafio!


2013 está aí.
Um Ano Novo que não se anuncia fácil, mas cheio de desafios e de esperança.
Temos de encarar as vicissitudes da vida, boas ou más, com espírito aberto e vontade de vencer.
Para mim, também, o próximo ano traz um novo e exigente desafio.
As estruturas do PSD convidaram-me e depositaram em mim a confiança, que muito me honra, de ser o candidato a Presidente da Câmara, nas eleições autárquicas que se avizinham.
Ao longo dos últimos anos, nesta coluna, tenho expressado as minhas opiniões, as críticas, as propostas, a análise da nossa vida enquanto comunidade local.
No último ano e meio, presidi à Comissão Política de Secção do PSD, acompanhando de perto a atividade social, económica e política, assumindo a responsabilidade de adotar as propostas necessárias, em defesa da nossa terra e dos Cabeceirenses.
Por isso, os Cabeceirenses conhecem-me. Conhecem o que penso, sabem o que fiz.
Aceitei o desafio, que me honra e me responsabiliza, no pressuposto de contribuir para a mudança em Cabeceiras de Basto e construir um futuro melhor para os Cabeceirenses.
Sempre tive uma particular atenção às questões sociais: a pobreza, o desemprego, a doença, a educação.
Sempre lutei pela Liberdade, pela Democracia, pela transparência e pelo rigor na gestão da causa pública.
É com estes sustentáculos que assumirei este desafio.
É este o compromisso com os Cabeceirenses!


2012 está a terminar
           
O ano de 2012 está a terminar.
Foi um ano muito difícil para todos nós. Todos sofremos as dificuldades da herança de uma governação que nos arrastou para a bancarrota.
Portugal viveu sob os ditames da troika, que o Governo de Sócrates chamou e com quem negociou, nas piores condições, com o país endividado desmesuradamente e sem crédito.
O atual Governo tem procurado cumprir os compromissos assumidos, por outros e nos termos acordados por estes, de forma a contar com o financiamento necessário à sustentação das funções do Estado: a saúde, a educação, os apoios sociais, a segurança, o pagamento de ordenados e pensões.
Portugal viveu em estado de emergência. Entre a bancarrota iminente e o estreito caminho da reestruturação e da consolidação orçamental. Em defesa dos interesses de Portugal e dos portugueses, por muito que isso nos penalize.
De outro modo, o não cumprimento dos termos do memorando, o estado português não teria os recursos financeiros necessários para assegurar as mais elementares despesas e encargos.
A bancarrota seria muito mais penalizadora para todos.
Mas foi este o desafio da governação, procurando acautelar a situação dos mais desfavorecidos. O que aconteceu subindo as pensões mais baixas, mantendo e alargando as isenções de taxas moderadoras nos serviços de saúde, mantendo os apoios sociais existentes e criando outros, como as cantinas sociais.
Os cortes e a moralização dos apoios concedidos resultaram de um maior rigor e exigência, que a todos também se exige num período de grandes contenções.
Este tem sido o desafio de quem quer preservar os portugueses de males maiores.
Por Portugal e por todos nós!

Reitero a todos os leitores os meus votos de Santas Festas e desejar um Ano Novo melhor para todos.

Texto para a edição de Dezembro do jornal "O Basto"

sábado, 15 de dezembro de 2012

Sou candidato!

A CPS do Psd Cabeceiras de Basto indicou-me, hoje, à estrutura distrital do PSD como candidato à presidência da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, nas eleições autárquicas que se avizinham.
É para mim uma grande honra e uma enorme responsabilidade.
Uma grande honra, por terem confiado em mim e no trabalho que tenho desenvolvido ao longo dos anos, no nosso concelho, quer como Professor, quer 

como cidadão envolvido na comunidade.
Uma enorme responsabilidade, porque num contexto político, social e económico difícil, quer a nível local, quer nacional, se me exige determinação e empenhamento de modo a defender um projeto que promova o futuro de Cabeceiras e dos Cabeceirenses.
Tal como sempre fiz, trabalharei em prol da nossa terra e das nossas gentes.
Espero ser digno da confiança que em mim depositaram.
Espero, também, contar com o apoio e a colaboração de todos aqueles que entendem chegada a hora de mudar e fazer de Cabeceiras uma terra mais atraente, mais desenvolvida, com mais emprego, com maior sensibilidade social, com melhor qualidade de vida.
Por Cabeceiras e pelos Cabeceirenses!





Foi com esta mensagem no facebook, no passado dia 11, que assumi ser candidato à presidência da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, nas eleições do próximo ano, liderando as listas da coligação 
abrangente PSD/CDS, que contará também com a presença e apoio de cabeceirenses independentes.

Desde há uns meses que este meu blogue pessoal tem sido secundarizado, face ao assumir de posições enquanto responsável do PSD.


Agora, mais ainda, ver-me-ei com menor disponibilidade para alimentar este espaço. 


Contudo, por aqui virei e sempre deixarei algumas mensagens.


A todos os meus seguidores agradeço a compreensão e espero contar que me "sigam" no novo caminho que vou trilhar.


Obrigado a todos!



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Mudar de atitude


Os últimos tempos têm sido difíceis e sinceramente não é clara a forma como se pode resolver os problemas a curto prazo.
Seria leviano afirmar que estamos a avistar o oásis, mas temos de pensar positivo.
Os momentos de crise constituem-se como janelas de oportunidades. Há sempre novos desafios, novas ideias, novas necessidades, são ocasião de mudança.
E a mudança permite evoluir, leva à inovação, promove a depuração de erros e agita a acomodação.
Perante este cenário de crise, exige-se responsabilidade, rigor, seriedade.
Porém, temos assistido à desculpabilização, à demagogia e ao incentivo ao facilitismo.
Só que esse não é, nem nunca será, o caminho.
Por aí voltaremos ao passado que nos arruinou. E temos de ser claros, a situação que vivemos não é de hoje, da responsabilidade deste Governo.
Estamos tão só a pagar a factura de quem gastou sem olhar a quem e quando iria pagar.
Como me dizia alguém, com responsabilidades nesses tempos, “o povo queria coisas e nós demos-lhas, ele bem sabia que algum dia havia de as pagar”.
E é isso que hoje acontece. Paga-se a factura, mas agravada com juros exorbitantes. Estes são hoje o quarto “ministério”, isto é os juros consomem a quarta maior fatia do orçamento.
Mas mesmo assim, tem havido a procura de justiça social. As pensões mais baixas serão aumentadas. Mantêm-se a generalidade dos benefícios sociais para os mais desfavorecidos.
É a classe média, é a generalidade dos trabalhadores por conta de outrem que é a mais sacrificada. Naturalmente, cada vez mais insatisfeitos e revoltados os portugueses.
Porém, onde estão alternativas para fazer face a seis mil milhões de euros de juros por ano?
Muito se fala, muito se critica, muito se injuria, mas as propostas não aparecem e os paliativos que recomendam não servem para coisa nenhuma.
Urge mudar de atitude.
Pensar que seremos capazes de vencer a crise, que esse desafio passa pelo trabalho, pela produtividade, pelo rigor, pelo empenhamento pessoal e colectivo.
Quando invetivamos os países ricos que nos apoiam, esquecemos que os seus povos estão a trabalhar para criar riqueza nas suas nações. Pelos vistos, para eles próprios e para acudir aos outros.
Os portugueses darão a volta à situação, tal como o fizeram ao longo da sua quase milenar História, com uma mudança de atitude, com coragem e com determinação.
Por Portugal e por todos nós!

Aproxima-se o Natal e este deve ser o último texto antes das festividades, pelo que não quero deixar de expressar a todos os leitores os meus votos de Santas Festas e desejar um Ano Novo melhor para todos.

Texto para a edição de Novembro de "O Basto"

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Cabeceiras andou à deriva


Os últimos dias têm sido marcados pela contestação às medidas, adoptadas pelo Governo e pelos seus serviços descentralizados, que, num esforço de reestruturação e contenção de despesas, promovem a concentração de chefias ou de serviços,
Assim aconteceu com a deslocalização da ambulância SIV – Suporte Imediato de Vida, com a delegação da DRAP-N – Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte – do Ministério da Agricultura e porventura acontecerá com a direcção do Centro de Emprego de Basto.
Curiosamente, não houve destas tomadas de posição quando foi o caso do encerramento da Equipa de Apoio às Escolas ou do encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP / Urgência) no Centro de Saúde.
Nestes ou noutros casos, impõem-se saber se os cabeceirenses são ou não prejudicados e se há ou não alternativas.
Claro que o encerramento de serviços, geralmente, nunca é positiva. Nisso todos estamos de acordo.
Porém, em nenhum dos casos ocorridos, os cabeceirenses ficaram sem capacidade de resposta das entidades visadas.
No caso da SIV, foi substituída por uma ambulância SBV – Suporte Básico de Vida, que satisfaz as necessidades básicas da nossa população e se mantêm integrada na rede do serviço do INEM.
Quanto aos serviços de agricultura e do emprego, apenas e só a direcção daqueles serviços transita, respectivamente, para Penafiel e Amarante. Para o cidadão e comum utente, na prática nada muda.
Então porque será que estas mudanças causaram tanta celeuma?
Apenas e só por mero jogo partidário do PS.
Num caso para fazer ajuste de contas internas, no(s) outro(s) para cavalgar a onda do descontentamento e atacar o Governo e os partidos que o apoiam.
Mas talvez fosse bom pensar nas causas destas medidas e em eventuais alternativas viáveis.
Todas estas medidas acontecem, porque Cabeceiras não tem objectivamente as condições estruturais que justifiquem a manutenção dos serviços.
Com quase duas décadas de forte investimento estatal no concelho, verifica-se como resultado que o único desenvolvimento que se regista é no aumento desemprego, no aumento da emigração, no aumento do empobrecimento dos cabeceirenses.
Ora o PS precisa urgentemente de desviar as atenções deste cenário em vésperas de eleições. Daí as guerras internas, daí o aproveitar de qualquer pequeno facto para lançar uma campanha de alarmismo social e de demagogia política, de modo a esconder as responsabilidades que tem no actual estado do concelho.
Por outro lado, quando assistimos à contestação destas medidas, nunca vimos uma única proposta alternativa. Apenas e só se exige a manutenção da situação anterior, como se essas condições fossem imutáveis.
Verifica-se agora que Cabeceiras andou à deriva ao longo destes anos. Não houve um projecto, uma linha de rumo, um objectivo a atingir. Em vez de se investir naquilo que promovia o desenvolvimento do concelho, na criação de riqueza, na satisfação das necessidades básicas, na promoção do emprego, endividou-se em muitas obras, apenas para satisfação de interesses pontuais, que consumiram os recursos financeiros disponibilizados e hipotecam o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos.
Está na hora de mudar!
Definir um rumo, escolher um caminho e constituir uma nova equipa de modo a que seja possível dar esperança aos Cabeceirenses.
Isso de certeza que não será possível com qualquer daqueles que, no PS, governaram o nosso concelho ao longo destes anos todos e são responsáveis pela situação a que chegámos.

Artigo para a edição do jornal "O Basto"

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Comentários de um Chinês sobre a crise da Euro


Opinião de um professor chinês de economia,  sobre a Europa -
o Prof. Kuing Yamang,  que viveu em França
Kuing Yamang

 1. A sociedade europeia está em vias de se auto-destruir. O seu modelo social é muito exigente em meios financeiros. Mas , ao mesmo tempo, os europeus não querem trabalhar. Só três coisas lhes interessam: lazer/entretenimento, ecologia e futebol na TV! Vivem, portanto, bem acima dos seus meios, porque é preciso pagar estes sonhos ...


2. Os seus industriais deslocalizam-se porque não estão disponíveis para suportar o custo de trabalho na Europa, os seus impostos e taxas para financiar a sua assistência generalizada.

3. Portanto endividam-se, vivem a crédito. Mas os seus filhos não poderão pagar 'a conta'.

4. Os europeus destruíram, assim, a sua qualidade de vida empobrecendo. Votam orçamentos sempre deficitários. Estão asfixiados pela dívida e não poderão honrá-la.

5. Mas, para além de se endividar, têm outro vício: os seus governos 'sangram' os contribuintes. A Europa detém o recorde mundial da pressão fiscal. É um verdadeiro 'inferno fiscal' para aqueles que criam riqueza.

6. Não compreenderam que não se produz riqueza dividindo e partilhando, mas sim trabalhando. Porque quanto mais se reparte esta riqueza limitada menos há para cada um. Aqueles que produzem e criam empregos são punidos por impostos e taxas e aqueles que não trabalham são encorajados por ajudas. É uma inversão de valores.

7. Portanto o seu sistema é perverso e vai implodir por esgotamento e sufocação. A deslocalização da sua capacidade produtiva provoca o abaixamento do seu nível de vida e o aumento do... da China!

8. Dentro de uma ou duas gerações, 'nós' (chineses) iremos ultrapassá-los. Eles tornar-se-ão os nossos pobres. Dar-lhes-emos sacos de arroz...

9. Existe um outro cancro na Europa: existem funcionários a mais, um emprego em cada cinco. Estes funcionários são sedentos de dinheiro público, são de uma grande ineficácia, querem trabalhar o menos possível e apesar das inúmeras vantagens e direitos sociais, estão muitas vezes em greve. Mas os decisores acham que vale mais um funcionário ineficaz do que um desempregado...

10. (Os europeus) vão diretos a um muro e a alta velocidade...

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Reflexão sobre Portugal


"Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história que terá
que resolver com urgência, sob o perigo de deflagrar crescentes tensões e
consequentes convulsões sociais.
Importa em primeiro lugar averiguar as causas. Devem-se sobretudo à má      
aplicação dos dinheiros emprestados pela CE para o  esforço de adesão e      
adaptação às exigências da união.
Foi o país onde mais a CE investiu "per capita"  e o que menos proveito
retirou. Não se actualizou, não melhorou as classes laborais, regrediu na
qualidade da educação, vendeu ou privatizou mesmo actividades
primordiais e património que poderiam hoje ser um sustentáculo.
Os dinheiros foram encaminhados para auto-estradas, estádios de
futebol, constituição de centenas de instituições público-privadas,
fundações e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a
empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício,  pagamento a
agricultores para deixarem os campos e aos pescadores para venderem
as embarcações,  apoios estrategicamente endereçados a elementos ou  a
próximos deles, nos principais partidos, elevados vencimentos nas classes
superiores da administração pública, o tácito desinteresse da Justiça,
frente à corrupção galopante e um desinteresse quase total das Finanças no
que respeita à cobrança na riqueza, na Banca, na especulação, nos grandes
negócios, desenvolvendo, em contrário,  uma atenção especialmente
persecutória junto dos pequenos comerciantes e população mais pobre.A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos
penetram, já que os  partidos cada vez mais desacreditados, funcionam
essencialmente como agências de emprego que admitem os mais
corruptos e incapazes,  permitindo que com as alterações governativas
permaneçam,  transformando-se num enorme peso bruto e parasitário.
Assim, a monstruosa Função Publica, ao lado da classe dos professores,
assessoradas por sindicatos aguerridos, de umas Forças Armadas
dispendiosas e caducas, tornaram-se não uma solução, mas um factor de peso
nos problemas do país.
Não existe partido de centro já que as diferenças são apenas de retórica,
entre o PS (Partido Socialista) e o PSD (Partido Social Democrata), de
direita, agora mais conservador ainda, com a inclusão de um novo líder,
que tem um suporte estratégico no PR e no tecido empresarial abastado.
Mais à direita, o CDS (Partido Popular), com uma actividade assinalável, mas
com telhados de vidro e linguagem pública, diametralmente oposta ao que os
seus princípios recomendam e praticarão na primeira oportunidade.
À esquerda, o BE (Bloco de Esquerda), com tantos adeptos como o anterior,
mas igualmente com uma linguagem difícil de se encaixar nas recomendações
ao Governo, que manifesta um horror atávico à esquerda, tal como a
população em geral, laboriosamente formatada para o mesmo receio. Mais à
esquerda, o PC (Partido comunista) menosprezado pela comunicação
social, que o coloca sempre como um perigo latente  e uma extensão
inspirada na União Soviética, oportunamente extinta, e portanto longe das
realidades actuais.
Assim, não se encontrando forças capazes de alterar o status, parece que a
democracia pré-fabricada não encontra novos instrumentos.
Contudo, na génese deste beco sem aparente saída, está a  impreparação,
ou melhor, a ignorância de uma população deixada ao abandono, nesse
fulcral e determinante aspecto. Mal preparada nos bancos das escolas, no
secundário e nas faculdades, não tem capacidade de decisão, a não ser a que lhe é oferecida pelos órgãos de Comunicação. Ora e aqui está o
grande problema deste pequeno país; as TVs as Rádios e os Jornais, são
na sua totalidade, pertença de privados ligados à alta finança, à      
industria e comercio, à banca e com infiltrações accionistas de vários
países.
Ora, é bem de  ver que com este caldo, não se pode  cozinhar uma
alimentação saudável, mas apenas os pratos que o "chefe" recomenda.
Daí a estagnação que tem sido cómoda para a crescente distância entre
ricos e pobres.
A RTP, a estação que agora engloba a Rádio e TV oficiais, está dominada
por elementos dos dois partidos principais, com notório assento dos
sociais-democratas, especialistas em silenciar posições esclarecedoras e
calar quem levanta o mínimo problema ou dúvida. A selecção dos
gestores, dos directores e dos principais jornalistas é feita
exclusivamente por via partidária. Os jovens jornalistas, são
condicionados pelos problemas já descritos e ainda  pelos contratos a
prazo determinantes para o posto de trabalho enquanto, o afastamento
dos jornalistas seniores, a quem é mais difícil formatar o processo a pôr
em prática, está a chegar ao fim. A deserção destes, foi notória.
Não há um único meio ao alcance das pessoas mais esclarecidas e por
isso, "non gratas" pelo establishment, onde possam  dar luz a novas
ideias e à realidade do seu país,  envolto no conveniente manto diáfano
que apenas deixa ver os vendedores de ideias já feitas e as cenas
recomendáveis para a manutenção da sensação de liberdade e da prática
da apregoada democracia.
Só uma  comunicação não vendida e alienante, pode ajudar a população, a
fugir da banca, o cancro  endémico de que padece, a exigir uma justiça mais
célere e justa, umas finanças atentas e cumpridoras, enfim, a ganhar
consciência e lucidez sobre os seus desígnios.

Um artigo de Jacques Amaury, sociólogo e filósofo francês, professor na       
Universidade de Estrasburgo

terça-feira, 11 de setembro de 2012

"11 de Setembro"

Faz hoje anos que as torres gémeas de Nova York foram atacadas num dos mais cruéis e hediondos crimes do terrorismo internacional. 
Desde aí, o mundo vive sob a pressão de múltiplos ataques, dos quais se vai destacando uma guerra económica e financeira sem precedentes.
Os países mais pequenos e mais vulneráveis têm vivido períodos de grave crise, com os inevitáveis custos para os mais pobres, os mais carenciados. Mas que se têm estendido às classes médias, que cada vez mais se proletarizam.
Portugal, a realidade que a todos nós diz respeito, vive anos de grande e grave crise.
Há um ano atrás, também, fomos atingidos pela notícia, dada pelo então primeiro-ministro socialista, que tínhamos de hipotecar a nossa independência económica e financeira, através de um resgate internacional, face ao cenário de iminente bancarrota.
Durante este ano, o novo Governo foi apenas o agente que, em nome da troika, implementou as medidas negociadas por Sócrates e pelo PS.
O Governo está atado a um memorando que resulta da (des)governação do PS.
Esperar-se-ia que aqueles que levaram o país a uma situação de insustentabilidade económica e financeira assumissem, pelo menos, responsavelmente o acordo que se viram obrigados a solicitar, a negociar, que aprovaram e assinaram.
Porém, dia após dia, apenas se vê os dirigentes socialistas reclamar das múltiplas medidas que o Governo é obrigado a executar, de acordo com o programa estabelecido nas condições acordadas pela negociação feita pelo próprio PS com os nossos parceiros internacionais.
Conforme o Governo não se cansa de evidenciar, Portugal estava em pré-bancarrota e as medidas adoptadas foram aquelas que nos foram impostas.
Não foi o Governo da coligação PSD/CDS que levou o país ao desequilíbrio das contas públicas. Não foi o responsável pelas parcerias público-privadas, não foi o responsável pelo descalabro das SCUT, não foi o responsável pelos milhões gastos no TGV, não foi o responsável pelo enxamear do estado com fundações e negócios ruinosos.
Quem Governou Portugal nos últimos anos foi o PS.
E colocou o país na situação que hoje todos nós vemos.
Aliás, nem se percebe como é que hoje criticam e sugerem medidas que não foram capazes de adoptar ainda quando o país não estava sob a vigilância internacional. Onde estavam afinal estes dirigentes? Onde tinham guardado as suas boas ideias?
O pior ataque que o país sofre, não é o efeito das medidas, duras e injustas para a generalidade dos portugueses, mas a venda da ilusão que há outro caminho.
Por boas palavras ou mera demagogia, a alternativa ao cumprimento dos compromissos com a troika é a perda do financiamento internacional e o assumir da bancarrota.
Se é esse o caminho que querem que sigamos, digam-no sem rodeios.
Os sacrifícios a que estamos sujeitos são quase incomportáveis, mas asseguram uma trajectória de ajustamento que a termo irão dar resultados, tal como o deram na crise de 1983.
Porém aqueles que só vendem facilidades, que vendem ilusões, são aqueles que nos arruinaram, que deixaram chegar o país à bancarrota, que não tomaram as medidas que eram necessárias.
O actual Governo tem vindo a demonstrar um enorme sentido de Estado e responsabilidade política ao assumir as medidas impopulares, em nome da recuperação do país e da sua independência política e económica, postas em causa no ano passado pelo Governo liderado pelo PS.
Como se costuma dizer, quem contribui para o problema, não será, por certo, quem contribui para a solução.
O pior ataque que Portugal hoje sofre é a demagogia e a irresponsabilidade de quem nos levou à bancarrota e hoje se quer afirmar como os salvadores da pátria.
Todos nós temos consciência das dificuldades, da dureza das medidas adoptadas, dos riscos sociais, mas a alternativa seria ainda muito pior.
Como diz a sabedoria popular, vão-se os anéis, fiquem os dedos.

sábado, 1 de setembro de 2012

Grande Reflexão


 
"NÃO PODE VIVER EM LIBERDADE, QUEM NÃO FOR CAPAZ DE MORRER POR ELA".

Um texto para reflectir. Trata-se de um assunto em que a maioria dos portugueses são um "ZERO à esquerda" e se não melhorarem, seremos então uma geração perdida, que não prestou para quase nada.
 
 
AULA DE DIREITO

Quando nosso novo professor de "Introdução ao Direito" entrou na sala, a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila.
- Qual o seu nome?
- Juan, senhor.
- Saia de minha aula. Não quero que volte nunca mais! gritou o professor.
Desconcertado, Juan recolheu suas coisas e saiu da sala. Todos estávamos indignados, mas ninguém disse nada. Em seguida, o professor perguntou à classe:
Para que servem as leis?
Assustados, começamos a responder.
- Para que haja uma ordem na nossa sociedade, disse alguém.
- Não! respondeu o professor.
- Para cumpri-las.
Não!
- Para que as pessoas erradas paguem pelos seus actos.
Não! Será que ninguém me sabe responder?
- Para que haja justiça, falou timidamente uma garota.
- Até que enfim! É isso: Para que haja justiça. E continuou: Para que serve a justiça?
Mesmo incomodados pelo comportamento grosseiro do professor, respondemos:
- Para salvaguardar os direitos humanos.
Bem, e que mais?
- Para mostrar a diferença entre o certo e o errado. Para premiar quem faz o bem.
Não está mal, comentou o professor. Agora, respondam: Agi correctamente ao expulsar Juan da sala de aula?
Todos ficamos calados.
- Quero que todos respondam ao mesmo tempo!
- Não! 
Poderiam dizer que cometi uma injustiça?
- Sim!
E por que ninguém fez nada? Para que servem as leis se não nos dispomos a colocá-las em prática? Todos temos de reclamar quando presenciamos uma injustiça.
Vá buscar o Juan, pediu o professor para mim!
 
Naquele dia recebemos a lição mais importante do curso de Direito: Quando não defendemos os nossos direitos, perdemos a dignidade.
Autor desconhecido

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Autárquicas já mexem…


A pouco mais de um ano das eleições autárquicas, começa-se a estruturar um novo ciclo político. Ficam aqui algumas reflexões.
ü O PS há muito definiu a sua posição. A direcção partidária, afecta ao poder, escolheu o Dr. China Pereira para candidato à Câmara, tendo por trás a omnipresente figura do actual presidente.
ü Conhecem-se as divisões internas provocadas por esta decisão, mas quem dirige o partido e o concelho não abre mão do poder e quer assegurar, mesmo não se podendo recandidatar, que vai continuar a mandar.
ü O Dr. Jorge Machado que desejou ser o candidato do PS, depois de perder para o Dr. China a corrida à Câmara, procura outros apoios, mesmo noutros partidos, para conseguir aquilo que não conseguiu no seu e querer aparecer, agora, como um candidato independente. Aliás é curioso que quem ao longo de mais de uma dúzia de anos foi um fiel servidor do poder, sem qualquer hesitação e mesmo assumindo da forma mais radical as posições do executivo, se queira apresentar, nesta altura, como o mais legítimo representante da oposição.
ü E não obstante a pré-anunciada candidatura, em oposição ao presidente da Câmara e à sua maioria, o Dr. Jorge Machado continua, como se nada se passasse, vice-presidente da autarquia. Ao que chega a incoerência e o absurdo!
ü Mas como aqui já referi noutras ocasiões, as eleições autárquicas decidem-se entre o PS e o PSD. O aparecimento de uma terceira candidatura, por mais forte que possa parecer, apenas contribuirá para facilitar a vitória a um destes partidos. Se dividir o eleitorado do PS, favorece o PSD. Se dividir o do PSD, dará de bandeja a vitória ao PS. Não será esse o objectivo?
ü O PSD definiu há um ano atrás renovar a coligação com o CDS/PP, para apresentar uma candidatura mais abrangente e poder contar com o apoio de figuras cabeceirenses que não se revêem na prática política e no projecto para Cabeceiras da actual maioria. Cabe aos órgãos próprios do PSD e da coligação escolher o candidato que esteja em melhores condições de, interna e externamente, assegurar a apresentação de um novo projecto político para o concelho.
ü Cabeceiras não precisa de guerras pessoais ou partidárias. Ainda para mais num momento de dificuldades acrescidas pela crise nacional e internacional que vivemos.
ü Cabeceiras precisa de um plano de desenvolvimento, integrado e sustentável, que se traduza na democratização da gestão municipal, que promova a iniciativa privada, que alivie os encargos para os contribuintes, que reduza os custos de despesas correntes, que controle a dívida, que assegure o apoio social para os mais desfavorecidos, que satisfaça as necessidades básicas para a qualidade de vida das pessoas, que promova uma estratégia mobilizadora centrada no desenvolvimento das potencialidades locais, criando riqueza e criando emprego.

Texto para a edição de Agosto, do jornal "O BASTO"

terça-feira, 31 de julho de 2012

Notas soltas


Pede-nos a Direcção do jornal contenção na escrita e como estamos em época estival, propícia à indolência, deixo, desta vez, apenas meia dúzia de notas soltas.
ü Foi notícia, dos últimos dias, o facto de a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto ter os custos mais elevados do distrito com as empresas municipais, E, neste caso, apenas com uma só, a Emunibasto. Cada Cabeceirense vai pagar 111,38 € só para isso!
ü O caso Miguel Relvas tem tomado conta do anedotário nacional. E com razão, diga-se. Ninguém pode ser licenciado com exames a apenas quatro cadeiras. No entanto, muitos outros há com idêntico canudo e estão muito caladinhos à espera de passarem despercebidos. Até porque foram os que aprovaram a legislação que tal permitiu.
ü Ainda a propósito do caso Relvas, a intoxicação informativa tem um outro objectivo: desviar as atenções do que é verdadeiramente importante e fazer esquecer as responsabilidades de quem nos (des)governou ao longo dos últimos anos.
ü O Governo, de tanto ser contestado mais forte se torna. Porque se é verdade que tem tomado muitas medidas impopulares e quantas vezes injustas para muitos portugueses, o facto é que hoje já se fala na possibilidade de renegociação do memorando e de criar políticas de desenvolvimento. Há um ano atrás, quando o Governo foi constituído, apenas se falava da eminência da bancarrota e da necessidade de viabilizar um plano de resgate financeiro, depois de já terem sido aprovados três planos nunca cumpridos.
ü Há factos curiosos e anedóticos. Um deles aconteceu este mês com o lançamento de uma obra “emblemática” da Câmara, sob a responsabilidade da Basto Vida: a Unidade de Cuidados Continuados no antigo posto da GNR. A obra começou com pompa e circunstância, só que se esqueceram que a obra ainda não estava licenciada. Pelo menos o edital que lá esteve era de uma obra licenciada pela Câmara de Famalicão. Sem comentários!
ü Em época de férias na nossa terra, para muitos dos nossos conterrâneos a trabalhar algures pelo mundo, votos de uma boa e reconfortante estadia. E que de regresso ao trabalho tenham os maiores sucessos profissionais, pessoais e familiares.

Texto para a edição de Julho de "O Basto"

sábado, 28 de julho de 2012

UM EXEMPLO A SEGUIR


19:39 Sexta feira, 27 de julho de 2012

Governo espanhol aprovou o projeto de lei da transparência, que prevê penas de prisão para os gestores públicos que ocultem ou falsifiquem contas.
 
O conselho de ministros espanhol aprovou hoje o projeto de lei da Transparência, Acesso à Informação Pública e Bom Governo que prevê a alteração do Código Penal, de modo a castigar com penas de prisão gestores públicos que prevariquem.
O Governo propõe que sejam aplicadas penas de prisão, de um a quatros anos, para quem falsear a contabilidade ou ocultar documentos e informação, que resultem em prejuízos para a entidade pública.
Além disso, os gestores públicos que cometerem alguma infração muito grave passarão a deixar de exercer funções por toda a vida.
"Nesta reforma o Governo aposta na regeneração democrática e acredita que resultarão efeitos económicos, porque deverá gerar confiança e aumentar a responsabilidade dos gestores públicos", pode ler-se no comunicado do Executivo espanhol.
No projeto-lei, é sublinhada a necessidade de haver transparência em todos os poderes do Estado e conjunto das administrações públicas, assim como aumenta as obrigações de publicidade ativa.
O Executivo de Mariano Rajoy quer que fique assim garantido o direito de acesso à informação e que se salvaguarde o princípio de divisão de poderes no sistema de impugnações.
O projeto seguirá para o Parlamento espanhol, mas já passou pela Agência de Proteção de Dados e o Conselho de Estado.

sábado, 21 de julho de 2012

Fugitivo de Paris


Um prestigiado leitor enviou-nos há instantes um email sobre um fugitivo português que se exilou em Paris.

A quem souber informações sobre o seu paradeiro exacto, pedimos o favor de nos contactarem. Temos o quarto dos fundos preparado. Depois é só aparecerem e atirarem-lhe ovos podres. 

Se o encontrarem, e de modo a ganharem tempo para a equipa do Simão Escuta ir buscá-lo, vão adiantando trabalho:


Peçam ao fugitivo de Paris os 90,000 milhões de euros que aumentou na dívida pública entre 2005 e 2010.
Peçam ao fugitivo de Paris, que decidiu nacionalizar o BPN, colocando-o às costas do contribuinte, aumentando o seu buraco em 4300 milhões em 2 anos, e fornecendo ainda mais 4000 milhões em avales da CGD que irão provavelmente aumentar a conta final para perto de 8000 milhões, depois de ter garantido que não nos ia custar um euro.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 695 milhões de derrapagens nas PPPs só em 2011.
Peçam ao fugitivo de Paris, que graças à sua brilhante PPP fez aumentar o custo do Campus da Justiça de 52 para 235 milhões.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 300 milhões que um banco público emprestou a um amigo do partido para comprar acções de um banco privado rival, que agora valem pouco mais que zero. Quem paga? O contribuinte.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 450 milhões injectados no BPP para pagaros salários dos administradores.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 587 milhões que gastou no OE de 2011 em atrasos e erros de projecto nas SCUTs Norte.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 200 milhões de euros que "desapareceram" entre a proposta e o contrato da Auto-estrada do Douro Interior.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 5800 milhões em impostos que anulou ou deixou prescrever.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 7200 milhões de fundos europeus que perdemos pela incapacidade do governo de programar o seu uso.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 360 milhões que enterrou em empresas que prometeu extinguir.
Peçam ao fugitivo de Paris, para cancelar os 60,000 milhões que contratou de PPPs até 2040.
Peçam ao fugitivo de Paris, que usou as vossas reformas para financiar a dívida de SCUTs e PPPs.
Peçam ao fugitivo de Paris, para devolver os 14000 milhões que deu de mão beijada aos concessionários das SCUTs na última renegociação.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 400 milhões de euros de agravamento do passivo da Estradas de Portugal em 2009.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 270 milhões que deu às fundações em apenas dois anos.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 3900 milhões que pagou em rendas excessivas à EDP tirados à força da vossa factura da electricidade.
E agradeçam ao fugitivo de Paris o dinheiro empatado no aeroporto de Beja.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Declaração de Amor à Língua Portuguesa

Tempo de exames no secundário,os meus netos pedem-me ajuda para estudar português.Divertimo-nos imenso,confesso.E eu acabei por escrever a redacção que eles gostariam de escrever. As palavras são minhas,mas as ideias são todas deles.
Aqui ficam,e espero que vocês também se divirtam.E depois de rirmos espero que nós, adultos, façamos alguma coisa para libertar as crianças disto.
Redacção – Declaração de Amor à Língua Portuguesa
Vou chumbar a Língua Portuguesa, quase toda a turma vai chumbar, mas a gente está tão farta que já nem se importa. As aulas de português são  um massacre. A professora? Coitada, até é simpática, o que a mandam ensinar é que não se aguenta. Por exemplo, isto: No ano passado, quando se dizia “ele está em casa”, ”em casa” era o complemento circunstancial de lugar. Agora é o predicativo do sujeito.”O Quim está na retrete” : “na retrete” é o predicativo do sujeito, tal e qual como se disséssemos “ela é bonita”. Bonita é uma característica dela, mas “na retrete” é característica dele? Meu Deus, a setôra também acha que não, mas passou a predicativo do sujeito, e agora o Quim que se dane, com a retrete colada ao rabo.
No ano passado havia complementos circunstanciais de tempo, modo, lugar etc., conforme se precisava. Mas agora desapareceram e só há o desgraçado de um “complemento oblíquo”. Julgávamos que era o simplex a funcionar: Pronto, é tudo “complemento oblíquo”, já está. Simples, não é? Mas qual, não há simplex nenhum,o que há é um complicómetro a complicar tudo de uma ponta a outra: há por exemplo verbos transitivos directos e indirectos, ou directos e indirectos ao mesmo tempo, há verbos de estado e verbos de evento,e os verbos de evento podem ser instantâneos ou prolongados, almoçar por exemplo é um verbo de evento prolongado (um bom almoço deve ter aperitivos, vários pratos e muitas sobremesas). E há verbos epistémicos, perceptivos, psicológicos e
> outros, há o tema e o rema, e deve haver coerência e relevância do tema com o rema; há o determinante e o modificador, o determinante possessivo pode ocorrer no modificador apositivo e as locuções coordenativas podem ocorrer em locuções contínuas correlativas. Estão a ver? E isto é só o princípio. Se eu disser: Algumas árvores secaram, ”algumas” é um quantificativo existencial, e a progressão temática de um texto pode ocorrer pela conversão do rema em tema do enunciado seguinte e assim sucessivamente.
No ano passado se disséssemos “O Zé não foi ao Porto”, era uma frase declarativa negativa. Agora a predicação apresenta um elemento de polaridade, e o enunciado é de polaridade negativa.
No ano passado, se disséssemos “A rapariga entrou em casa. Abriu a janela”, o sujeito de “abriu a janela” era ela,subentendido. Agora o sujeito é nulo. Porquê, se sabemos que continua a ser ela? Que
aconteceu à pobre da rapariga? Evaporou-se no espaço?
A professora também anda aflita. Pelo vistos no ano passado ensinou coisas erradas, mas não foi culpa dela se agora mudaram tudo, embora a autora da gramática deste ano seja a mesma que fez a gramática do ano passado. Mas quem faz as gramáticas pode dizer ou desdizer o que quiser, quem chumba nos exames somos nós. É uma chatice. Ainda só estou no sétimo ano, sou bom aluno em tudo excepto em português,que odeio, vou ser cientista e astronauta, e tenho de gramar até ao 12º
> estas coisas que me recuso a aprender, porque as acho demasiado parvas. Por exemplo,o que acham de adjectivalização deverbal e deadjectival, pronomes com valor anafórico, catafórico ou deítico,
> classes e subclasses do modificador, signo linguístico, hiperonímia, hiponímia, holonímia, meronímia, modalidade epistémica, apreciativa e deôntica, discurso e interdiscurso, texto, cotexto, intertexto, hipotexto, metatatexto, prototexto, macroestruturas e microestruturas textuais, implicação e implicaturas conversacionais? Pois vou ter de decorar um dicionário inteirinho de palavrões assim. Palavrões por palavrões, eu sei dos bons, dos que ajudam a cuspir a raiva. Mas estes palavrões só são para esquecer. Dão um trabalhão e depois não servem para nada, é sempre a mesma tralha, para não dizer outra palavra (a começar por t, com 6 letras e a acabar em “ampa”, isso mesmo, claro.)
Mas eu estou farto. Farto até de dar erros, porque me põem na frente frases cheias deles, excepto uma, para eu escolher a que está certa.
Mesmo sem querer, às vezes memorizo com os olhos o que está errado, por exemplo: haviam duas flores no jardim. Ou : a gente vamos à rua.
Puseram-me erros desses na frente tantas vezes que já quase me parecem certos. Deve ser por isso que os ministros também os dizem na televisão. E também já não suporto respostas de cruzinhas, parece o totoloto. Embora às vezes até se acerte ao calhas. Livros não se lê nenhum, só nos dão notícias de jornais e reportagens,ou pedaços de novelas. Estou careca de saber o que é o lead, parem de nos chatear.
Nascemos curiosos e inteligentes, mas conseguem pôr-nos a detestar ler, detestar livros, detestar tudo. As redacções também são sempre sobre temas chatos, com um certo formato e um número certo de palavras. Só agora é que estou a escrever o que me apetece, porque já sei que de qualquer maneira vou ter zero.
E pronto, que se lixe, acabei a redacção - agora parece que se escreve redação.O meu pai diz que é um disparate, e que o Brasil não tem culpa nenhuma, não nos quer impôr a sua norma nem tem sentimentos de superioridade em relação a nós, só porque é grande e nós somos pequenos. A culpa é toda nossa, diz o meu pai, somos muito burros e julgamos que se escrevermos ação e redação nos tornamos logo do tamanho do Brasil, como se nos puséssemos em cima de sapatos altos.
Mas, como os sapatos não são nossos nem nos servem, andamos por aí aos trambolhões, a entortar os pés e a manquejar. E é bem feita, para não sermos burros.
E agora é mesmo o fim. Vou deitar a gramática na retrete, e quando a setôra me perguntar: Ó João, onde está a tua gramática? Respondo: Está nula e subentendida na retrete, setôra, enfiei-a no indicativo do sujeito.
João Abelhudo, 8º ano, turma C (c de c…r…o, setôra, sem ofensa para si, que até é simpática).
AS ATITUDES QUE TOMAMOS
FAZEM O PAÍS QUE QUEREMOS 

Teolinda Gersão
(segundo versão que me chegou por mail)

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A reforma do Poder Local


 Aproxima-se a conclusão do processo de reorganização de toda a estrutura do poder local.
Fruto de uma negociação feita entre o Governo socialista de José Sócrates e a troika, foi definido no célebre Memorando, a Reforma da Administração Local que passa por quatro eixos de atuação: o Sector Empresarial Local, a Organização do Território, a Gestão Municipal e Intermunicipal, e o Financiamento e a Democracia Local.
Agora na oposição, o PS está contra esta reforma que incluiu no seu programa eleitoral, no programa de Governo, negociou e subscreveu no Memorando.
Em Setembro do ano passado, após o lançamento do Livro Verde pelo Governo, o PS recusou-se a discutir o assunto, quando foi proposto aos órgãos autárquicos consensualizar posições, promovendo a solução que melhor servisse cada um dos concelhos e das suas freguesias. Como isso não foi feito, o Governo deixou ao critério de cada uma das Assembleias Municipais a decisão para o seu concelho, na versão da Lei que foi aprovada.
Mas pelos vistos os nossos autarcas só são bons para as coisas boas.
Quando é preciso tomar decisões pouco populares, deixam essa missão para os outros e ainda lhes ficam a atirar pedras.
Todos nós gostaríamos de manter as Juntas em todas as freguesias. Talvez o pudéssemos fazer se o PS no Governo não tivesse levado o país à bancarrota. Porém, com as calças nas mãos, os socialistas para obter os euros de que precisavam, prometeram e comprometeram tudo, cientes que nada iriam cumprir, já que não seriam governo.
O cúmulo da irresponsabilidade e hipocrisia política!
Hoje, descartam, mais uma vez, as suas responsabilidades, para o atual governo, como se nada tivessem com isso.
E com esta lamentável atitude, perece o País e continua-se a prejudicar as populações.
            
Contas furadas!   
           
Ficámos a saber, pelas Contas de 2011, da Câmara, que a nossa autarquia tem um passivo de 37,1 milhões de euros. Pasme-se!
Como é possível um pequeno concelho, como o nosso, acumular, ano após ano, mais e mais passivo? Só no último ano, aumentou 7,4 milhões de euros, o que representou um acréscimo de 25% em relação a 2010!
E se ainda os gastos realizados fossem para fazer face às necessidades básicas dos Cabeceirenses, isto é em obras (estradas, água, saneamento) ainda se compreendia.
Porém ficámos a saber que, por dia, se gasta 506 € em comunicações, 972 € em trabalhos especializados, 550 € em estudos e pareceres, 1.072 € em outros serviços, enfim, 31.800 € em despesas correntes.
Isto é mais de seis mil contos, por dia, só em pessoal e despesas de funcionamento dos serviços.
Isto representa que cada um de nós, Cabeceirenses, tem uma dívida, por conta da Câmara, de mais de dois mil euros.
Isto representa que iremos ter de os pagar e pagar com juros.
Certamente será um legado pesado, também, para os nossos filhos e netos.
Mas continuamos a gastar e a endividar.
Já vem a caminho mais um empréstimo de quase meio milhão de euros.
Assim não custa nada, quem vier atrás!…

Texto para a edição de Junho de "O Basto" 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

DISCURSO DO EMBAIXADOR MEXICANO




·         Um discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, do México, de ascendência indígena, sobre o pagamento da dívida externa do seu país, embasbacou os principais chefes de Estado da Comunidade Europeia.

·         A Conferência dos Chefes de Estado da União Europeia, Mercosul e Caribe, em Madrid, viveu um momento revelador e surpreendente: os Chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irónico, cáustico e historicamente exacto.

·         Eis o discurso:
·         "Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a "descobriram" há 500... O irmão europeu da alfândega pediu-me um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financeiro europeu pede ao meu país o pagamento, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu explica-me que toda a dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros, sem lhes pedir consentimento. Eu também posso reclamar pagamento e juros. Consta no "Arquivo da Companhia das Índias Ocidentais" que, somente entre os anos de 1503 a 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.
·         Teria aquilo sido um saque? Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento!
·         Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão.
·         Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a actual civilização europeia se devem à inundação dos metais preciosos tirados das Américas.
·         Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas uma indemnização por perdas e danos.
·         Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.
·         Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "MARSHALL MONTEZUMA", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra e de outras conquistas da civilização.
·         Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?
·         Não. No aspecto estratégico, delapidaram-nos nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias outras formas de extermínio mútuo.
·         No aspecto financeiro, foram incapazes - depois de uma moratória de 500 anos - tanto de amortizar capital e juros, como de se tornarem independentes das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
·         Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar, o que nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos para cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.
·         Limitar-nos-emos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, concedendo-lhes 200 anos de bónus. Feitas as contas a partir desta base e aplicando a fórmula europeia de juros compostos, concluimos, e disso informamos os nossos descobridores, que nos devem não os 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, mas aqueles valores elevados à potência de 300, número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra.
·         Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?
·         Admitir que a Europa, em meio milénio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para estes módicos juros, seria admitir o seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas.
·         Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos a assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente na obrigação do pagamento da dívida, sob pena de privatização ou conversão da Europa, de forma tal, que seja possível um processo de entrega de terras, como primeira prestação de dívida histórica..."

·         Quando terminou seu discurso diante dos chefes de Estado da Comunidade Europeia, Guaicaípuro Guatemoc não sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a verdadeira Dívida Externa.