Os últimos dias têm
sido marcados pela contestação às medidas, adoptadas pelo Governo e pelos seus
serviços descentralizados, que, num esforço de reestruturação e contenção de
despesas, promovem a concentração de chefias ou de serviços,
Assim
aconteceu com a deslocalização da ambulância SIV – Suporte Imediato de Vida,
com a delegação da DRAP-N – Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte
– do Ministério da Agricultura e porventura acontecerá com a direcção do Centro
de Emprego de Basto.
Curiosamente,
não houve destas tomadas de posição quando foi o caso do encerramento da Equipa
de Apoio às Escolas ou do encerramento do Serviço de Atendimento Permanente
(SAP / Urgência) no Centro de Saúde.
Nestes ou
noutros casos, impõem-se saber se os cabeceirenses são ou não prejudicados e se
há ou não alternativas.
Claro que
o encerramento de serviços, geralmente, nunca é positiva. Nisso todos estamos
de acordo.
Porém, em
nenhum dos casos ocorridos, os cabeceirenses ficaram sem capacidade de resposta
das entidades visadas.
No caso
da SIV, foi substituída por uma ambulância SBV – Suporte Básico de Vida, que
satisfaz as necessidades básicas da nossa população e se mantêm integrada na
rede do serviço do INEM.
Quanto
aos serviços de agricultura e do emprego, apenas e só a direcção daqueles
serviços transita, respectivamente, para Penafiel e Amarante. Para o cidadão e
comum utente, na prática nada muda.
Então
porque será que estas mudanças causaram tanta celeuma?
Apenas e
só por mero jogo partidário do PS.
Num caso
para fazer ajuste de contas internas, no(s) outro(s) para cavalgar a onda do
descontentamento e atacar o Governo e os partidos que o apoiam.
Mas
talvez fosse bom pensar nas causas destas medidas e em eventuais alternativas
viáveis.
Todas
estas medidas acontecem, porque Cabeceiras não tem objectivamente as condições
estruturais que justifiquem a manutenção dos serviços.
Com quase
duas décadas de forte investimento estatal no concelho, verifica-se como
resultado que o único desenvolvimento que se regista é no aumento desemprego,
no aumento da emigração, no aumento do empobrecimento dos cabeceirenses.
Ora o PS
precisa urgentemente de desviar as atenções deste cenário em vésperas de
eleições. Daí as guerras internas, daí o aproveitar de qualquer pequeno facto
para lançar uma campanha de alarmismo social e de demagogia política, de modo a
esconder as responsabilidades que tem no actual estado do concelho.
Por outro
lado, quando assistimos à contestação destas medidas, nunca vimos uma única
proposta alternativa. Apenas e só se exige a manutenção da situação anterior,
como se essas condições fossem imutáveis.
Verifica-se
agora que Cabeceiras andou à deriva ao longo destes anos. Não houve um
projecto, uma linha de rumo, um objectivo a atingir. Em vez de se investir
naquilo que promovia o desenvolvimento do concelho, na criação de riqueza, na
satisfação das necessidades básicas, na promoção do emprego, endividou-se em
muitas obras, apenas para satisfação de interesses pontuais, que consumiram os
recursos financeiros disponibilizados e hipotecam o futuro dos nossos filhos e
dos nossos netos.
Está na
hora de mudar!
Definir
um rumo, escolher um caminho e constituir uma nova equipa de modo a que seja
possível dar esperança aos Cabeceirenses.
Isso de
certeza que não será possível com qualquer daqueles que, no PS, governaram o
nosso concelho ao longo destes anos todos e são responsáveis pela situação a
que chegámos.
Artigo para a edição do jornal "O Basto"
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