Aproxima-se a
conclusão do processo de reorganização de toda a estrutura do poder local.
Fruto de uma negociação
feita entre o Governo socialista de José Sócrates e a troika, foi definido no
célebre Memorando, a Reforma da Administração Local que passa por quatro eixos de atuação: o Sector Empresarial Local, a Organização do Território, a Gestão Municipal e Intermunicipal, e o Financiamento e a Democracia Local.
Agora na oposição, o
PS está contra esta reforma que incluiu no seu programa eleitoral, no programa
de Governo, negociou e subscreveu no Memorando.
Em Setembro do ano
passado, após o lançamento do Livro Verde pelo Governo, o PS recusou-se a
discutir o assunto, quando foi proposto aos órgãos autárquicos consensualizar
posições, promovendo a solução que melhor servisse cada um dos concelhos e das
suas freguesias. Como isso não foi feito, o Governo deixou ao critério de cada
uma das Assembleias Municipais a decisão para o seu concelho, na versão da Lei
que foi aprovada.
Mas pelos vistos os
nossos autarcas só são bons para as coisas boas.
Quando é preciso
tomar decisões pouco populares, deixam essa missão para os outros e ainda lhes ficam
a atirar pedras.
Todos nós gostaríamos
de manter as Juntas em todas as freguesias. Talvez o pudéssemos fazer se o PS
no Governo não tivesse levado o país à bancarrota. Porém, com as calças nas
mãos, os socialistas para obter os euros de que precisavam, prometeram e
comprometeram tudo, cientes que nada iriam cumprir, já que não seriam governo.
O cúmulo da
irresponsabilidade e hipocrisia política!
Hoje, descartam, mais
uma vez, as suas responsabilidades, para o atual governo, como se nada tivessem
com isso.
E com esta lamentável
atitude, perece o País e continua-se a prejudicar as populações.
Contas
furadas!
Ficámos a saber,
pelas Contas de 2011, da Câmara, que a nossa autarquia tem um passivo de 37,1
milhões de euros. Pasme-se!
Como é possível um
pequeno concelho, como o nosso, acumular, ano após ano, mais e mais passivo? Só
no último ano, aumentou 7,4 milhões de euros, o que representou um acréscimo de
25% em relação a 2010!
E se ainda os gastos
realizados fossem para fazer face às necessidades básicas dos Cabeceirenses,
isto é em obras (estradas, água, saneamento) ainda se compreendia.
Porém ficámos a saber
que, por dia, se gasta 506 € em comunicações, 972 € em trabalhos
especializados, 550 € em estudos e pareceres, 1.072 € em outros serviços, enfim,
31.800 € em despesas correntes.
Isto é mais de seis
mil contos, por dia, só em pessoal e despesas de funcionamento dos serviços.
Isto representa que
cada um de nós, Cabeceirenses, tem uma dívida, por conta da Câmara, de mais de
dois mil euros.
Isto representa que
iremos ter de os pagar e pagar com juros.
Certamente será um
legado pesado, também, para os nossos filhos e netos.
Mas continuamos a
gastar e a endividar.
Já vem a caminho mais
um empréstimo de quase meio milhão de euros.
Assim não custa nada,
quem vier atrás!…
Texto para a edição de Junho de "O Basto"
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