quinta-feira, 28 de junho de 2012

A reforma do Poder Local


 Aproxima-se a conclusão do processo de reorganização de toda a estrutura do poder local.
Fruto de uma negociação feita entre o Governo socialista de José Sócrates e a troika, foi definido no célebre Memorando, a Reforma da Administração Local que passa por quatro eixos de atuação: o Sector Empresarial Local, a Organização do Território, a Gestão Municipal e Intermunicipal, e o Financiamento e a Democracia Local.
Agora na oposição, o PS está contra esta reforma que incluiu no seu programa eleitoral, no programa de Governo, negociou e subscreveu no Memorando.
Em Setembro do ano passado, após o lançamento do Livro Verde pelo Governo, o PS recusou-se a discutir o assunto, quando foi proposto aos órgãos autárquicos consensualizar posições, promovendo a solução que melhor servisse cada um dos concelhos e das suas freguesias. Como isso não foi feito, o Governo deixou ao critério de cada uma das Assembleias Municipais a decisão para o seu concelho, na versão da Lei que foi aprovada.
Mas pelos vistos os nossos autarcas só são bons para as coisas boas.
Quando é preciso tomar decisões pouco populares, deixam essa missão para os outros e ainda lhes ficam a atirar pedras.
Todos nós gostaríamos de manter as Juntas em todas as freguesias. Talvez o pudéssemos fazer se o PS no Governo não tivesse levado o país à bancarrota. Porém, com as calças nas mãos, os socialistas para obter os euros de que precisavam, prometeram e comprometeram tudo, cientes que nada iriam cumprir, já que não seriam governo.
O cúmulo da irresponsabilidade e hipocrisia política!
Hoje, descartam, mais uma vez, as suas responsabilidades, para o atual governo, como se nada tivessem com isso.
E com esta lamentável atitude, perece o País e continua-se a prejudicar as populações.
            
Contas furadas!   
           
Ficámos a saber, pelas Contas de 2011, da Câmara, que a nossa autarquia tem um passivo de 37,1 milhões de euros. Pasme-se!
Como é possível um pequeno concelho, como o nosso, acumular, ano após ano, mais e mais passivo? Só no último ano, aumentou 7,4 milhões de euros, o que representou um acréscimo de 25% em relação a 2010!
E se ainda os gastos realizados fossem para fazer face às necessidades básicas dos Cabeceirenses, isto é em obras (estradas, água, saneamento) ainda se compreendia.
Porém ficámos a saber que, por dia, se gasta 506 € em comunicações, 972 € em trabalhos especializados, 550 € em estudos e pareceres, 1.072 € em outros serviços, enfim, 31.800 € em despesas correntes.
Isto é mais de seis mil contos, por dia, só em pessoal e despesas de funcionamento dos serviços.
Isto representa que cada um de nós, Cabeceirenses, tem uma dívida, por conta da Câmara, de mais de dois mil euros.
Isto representa que iremos ter de os pagar e pagar com juros.
Certamente será um legado pesado, também, para os nossos filhos e netos.
Mas continuamos a gastar e a endividar.
Já vem a caminho mais um empréstimo de quase meio milhão de euros.
Assim não custa nada, quem vier atrás!…

Texto para a edição de Junho de "O Basto" 

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