A pouco mais de um
ano das eleições autárquicas, começa-se a estruturar um novo ciclo político.
Ficam aqui algumas reflexões.
ü O PS há muito definiu
a sua posição. A direcção partidária, afecta ao poder, escolheu o Dr. China
Pereira para candidato à Câmara, tendo por trás a omnipresente figura do actual
presidente.
ü Conhecem-se as
divisões internas provocadas por esta decisão, mas quem dirige o partido e o
concelho não abre mão do poder e quer assegurar, mesmo não se podendo
recandidatar, que vai continuar a mandar.
ü O Dr. Jorge Machado
que desejou ser o candidato do PS, depois de perder para o Dr. China a corrida
à Câmara, procura outros apoios, mesmo noutros partidos, para conseguir aquilo
que não conseguiu no seu e querer aparecer, agora, como um candidato
independente. Aliás é curioso que quem ao longo de mais de uma dúzia de anos foi
um fiel servidor do poder, sem qualquer hesitação e mesmo assumindo da forma
mais radical as posições do executivo, se queira apresentar, nesta altura, como
o mais legítimo representante da oposição.
ü E não obstante a
pré-anunciada candidatura, em oposição ao presidente da Câmara e à sua maioria,
o Dr. Jorge Machado continua, como se nada se passasse, vice-presidente da autarquia.
Ao que chega a incoerência e o absurdo!
ü Mas como aqui já
referi noutras ocasiões, as eleições autárquicas decidem-se entre o PS e o PSD.
O aparecimento de uma terceira candidatura, por mais forte que possa parecer,
apenas contribuirá para facilitar a vitória a um destes partidos. Se dividir o
eleitorado do PS, favorece o PSD. Se dividir o do PSD, dará de bandeja a
vitória ao PS. Não será esse o objectivo?
ü O PSD definiu há um
ano atrás renovar a coligação com o CDS/PP, para apresentar uma candidatura
mais abrangente e poder contar com o apoio de figuras cabeceirenses que não se
revêem na prática política e no projecto para Cabeceiras da actual maioria.
Cabe aos órgãos próprios do PSD e da coligação escolher o candidato que esteja
em melhores condições de, interna e externamente, assegurar a apresentação de
um novo projecto político para o concelho.
ü Cabeceiras não
precisa de guerras pessoais ou partidárias. Ainda para mais num momento de
dificuldades acrescidas pela crise nacional e internacional que vivemos.
ü Cabeceiras precisa de
um plano de desenvolvimento, integrado e sustentável, que se traduza na
democratização da gestão municipal, que promova a iniciativa privada, que
alivie os encargos para os contribuintes, que reduza os custos de despesas
correntes, que controle a dívida, que assegure o apoio social para os mais
desfavorecidos, que satisfaça as necessidades básicas para a qualidade de vida
das pessoas, que promova uma estratégia mobilizadora centrada no
desenvolvimento das potencialidades locais, criando riqueza e criando emprego.
Texto para a edição de Agosto, do jornal "O BASTO"
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