Faz hoje anos que as torres gémeas de Nova York foram atacadas num dos mais cruéis e hediondos crimes do terrorismo internacional.
Desde aí, o mundo vive sob a pressão de múltiplos ataques, dos quais se vai destacando uma guerra económica e financeira sem precedentes.
Os países mais pequenos e mais vulneráveis têm vivido períodos de grave crise, com os inevitáveis custos para os mais pobres, os mais carenciados. Mas que se têm estendido às classes médias, que cada vez mais se proletarizam.
Portugal, a realidade que a todos nós diz respeito, vive anos de grande e grave crise.
Há um ano atrás, também, fomos atingidos pela notícia, dada pelo então primeiro-ministro socialista, que tínhamos de hipotecar a nossa independência económica e financeira, através de um resgate internacional, face ao cenário de iminente bancarrota.
Durante este ano, o novo Governo foi apenas o agente que, em nome da troika, implementou as medidas negociadas por Sócrates e pelo PS.
O Governo está atado a um memorando que resulta da (des)governação do PS.
Esperar-se-ia que aqueles que levaram o país a uma situação de insustentabilidade económica e financeira assumissem, pelo menos, responsavelmente o acordo que se viram obrigados a solicitar, a negociar, que aprovaram e assinaram.
Porém, dia após dia, apenas se vê os dirigentes socialistas reclamar das múltiplas medidas que o Governo é obrigado a executar, de acordo com o programa estabelecido nas condições acordadas pela negociação feita pelo próprio PS com os nossos parceiros internacionais.
Conforme o Governo não se cansa de evidenciar, Portugal estava em pré-bancarrota e as medidas adoptadas foram aquelas que nos foram impostas.
Não foi o Governo da coligação PSD/CDS que levou o país ao desequilíbrio das contas públicas. Não foi o responsável pelas parcerias público-privadas, não foi o responsável pelo descalabro das SCUT, não foi o responsável pelos milhões gastos no TGV, não foi o responsável pelo enxamear do estado com fundações e negócios ruinosos.
Quem Governou Portugal nos últimos anos foi o PS.
E colocou o país na situação que hoje todos nós vemos.
Aliás, nem se percebe como é que hoje criticam e sugerem medidas que não foram capazes de adoptar ainda quando o país não estava sob a vigilância internacional. Onde estavam afinal estes dirigentes? Onde tinham guardado as suas boas ideias?
O pior ataque que o país sofre, não é o efeito das medidas, duras e injustas para a generalidade dos portugueses, mas a venda da ilusão que há outro caminho.
Por boas palavras ou mera demagogia, a alternativa ao cumprimento dos compromissos com a troika é a perda do financiamento internacional e o assumir da bancarrota.
Se é esse o caminho que querem que sigamos, digam-no sem rodeios.
Os sacrifícios a que estamos sujeitos são quase incomportáveis, mas asseguram uma trajectória de ajustamento que a termo irão dar resultados, tal como o deram na crise de 1983.
Porém aqueles que só vendem facilidades, que vendem ilusões, são aqueles que nos arruinaram, que deixaram chegar o país à bancarrota, que não tomaram as medidas que eram necessárias.
O actual Governo tem vindo a demonstrar um enorme sentido de Estado e responsabilidade política ao assumir as medidas impopulares, em nome da recuperação do país e da sua independência política e económica, postas em causa no ano passado pelo Governo liderado pelo PS.
Como se costuma dizer, quem contribui para o problema, não será, por certo, quem contribui para a solução.
O pior ataque que Portugal hoje sofre é a demagogia e a irresponsabilidade de quem nos levou à bancarrota e hoje se quer afirmar como os salvadores da pátria.
Todos nós temos consciência das dificuldades, da dureza das medidas adoptadas, dos riscos sociais, mas a alternativa seria ainda muito pior.
Como diz a sabedoria popular, vão-se os anéis, fiquem os dedos.
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