Aproxima-se o “25 de
Abril” e todos falam de Liberdade e de Democracia.
Ao longo do ano,
estes dois valores essenciais de um Estado livre e democrático são ignorados e
torpedeados, mas por esta altura, qual chegada da primavera, enchem os nossos
ouvidos de cânticos melodiosos.
Ao longo da minha
vida, assumi permanente a defesa destes dois valores supremos para cada um de
nós.
A Liberdade
significa, para mim, ser livre de escolher, ser independente em relação aos
diferentes poderes: económicos, sociais, culturais, políticos. Ter a
possibilidade de escolher sem condicionalismos e sem caciquismos. Respeitar os
outros para que sejamos respeitados.
A Democracia, é o assumir
o poder do povo, aceitando a decisão dos eleitores nos actos eleitorais, depois
de confrontar ideias, respeitar as concepções dos outros e cumprir as regras
estabelecidas no exercício do poder. Só há democracia num Estado de Direito,
onde todos são iguais perante a Lei.
Hoje que assumo a
responsabilidade de liderar um projecto político, tenho como um dos objectivos
da nossa acção a promoção da Cidadania.
Queremos uma
sociedade livre e democrata, onde todos possam livre e democraticamente assumir
as suas ideias, expressá-las e defendê-las, sem que isso seja objecto de
discriminação, de ataques pessoais, de isolamento.
Desejamos a
participação, o empenhamento e a colaboração de todos na construção de uma
terra com mais futuro.
Cabeceiras somos
todos nós!
Com a multiplicidades
de ideias, de projectos, de iniciativas, de objectivos.
Quem lidera um
projecto, quem assume a responsabilidade de governar um concelho tem de ter uma
relação sã e verdadeira com estes valores, sob pena de só deles se lembrar uma
vez por ano, em abril.
Desenvolvimento
sustentado
De nada vale falar de
democracia e de liberdade quando não há autonomia financeira.
E esta só existe
quando se gere os destinos comuns (e até os próprios) de uma forma sustentável.
Vem isto a propósito
do permanente desequilíbrio financeiro da nossa Câmara Municipal.
Mais uma vez,
verificámos que a Câmara gasta muito mais do que recebe, aumentando o passivo,
que atinge já os 40 milhões de euros (oito milhões de contos na moeda antiga).
Isto,
independentemente de os Cabeceirenses continuarem a pagar mais pelos serviços
prestados pela autarquia, nomeadamente o fornecimento de água e de resíduos sólidos,
como também nas taxas e impostos.
Este desequilíbrio
orçamental, persistente e contínuo, não promove o desenvolvimento sustentado do
concelho e levará os Cabeceirenses a pagar uma factura elevada a médio prazo.
É com esta orientação
política que estamos a hipotecar no presente o futuro.
Em defesa dos nossos
filhos e netos, é imperioso mudar de rumo.
É preciso dar sustentabilidade
às opções autárquicas do concelho.
Publicado na edição de Abril de "O Basto"