Há precisamente um
ano, estávamos a viver momentos de grave crise económica e política.
O Governo de José
Sócrates tinha acabado de pedir o apoio internacional e assumir que Portugal
não tinha condições para honrar os seus compromissos.
Só com a ajuda
internacional, Portugal poderia assegurar o normal funcionamento dos serviços
públicos, desde a administração, passando pela saúde, pela educação, pela
segurança, pelos apoios sociais. Era o ruir do “estado social” tão apregoado.
Depois de seis anos
de fausto e de descalabro orçamental, Portugal tinha chegado ao limiar da
bancarrota.
Guterres, anos antes,
tinha-nos legado o “pântano” político. Sócrates preferiu deixar-nos uma
colossal dívida e o futuro na mão de estrangeiros.
Agora, volvido apenas
um ano sobre a celebração do acordo com a troika,
acordo que foi solicitado, foi negociado e foi assinado pelo PS, com o
compromisso dos partidos da oposição do arco do poder, eis que é aquele partido
e os seus dirigentes que diariamente o põe em causa, faltando com a
solidariedade a quem foi responsável e com ele partilhou o ónus de uma situação
crítica e para a qual não contribuiu.
Pelos vistos, para o
PS e para os seus dirigentes, antigos e atuais, Portugal deve deixar de cumprir
os seus compromissos, só porque as medidas são impopulares.
Estes que foram
responsáveis por chegarmos ao precipício, querem agora empurrar-nos
definitivamente para ele.
As medidas que o
Governo está a aplicar mais não são do que aquelas que o PS propôs, negociou e
aceitou, conforme decorre das avaliações da troika.
Mal de nós se
quiséssemos colocar em causa o acordo firmado.
Às enormes e graves dificuldades
existentes somar-se-iam muitas outras, levando a grande maioria a um estado de
penúria sem precedentes. Até parece que não conhecemos o exemplo grego.
Ao celebrar “Abril”
da liberdade, da democracia, da paz, do desenvolvimento, é imperioso assumir
que fizemos um percurso errado, que cometemos erros, e que agora, temos de
superar as dificuldades com sacrifícios, com empenhamento, com trabalho, com
esperança.
Foi assim no passado
de séculos de História, é assim nestes tempos de insegurança e de precaridade,
mas só assim estaremos em condições de legar um futuro mais promissor aos
nossos vindouros.
Câmara
gastou mais
O ano de 2011 foi um ano que devia
ter exigido de todos nós (pessoas, famílias, empresas, entidades públicas)
grande contenção orçamental.
Porém, a nossa Câmara
Municipal resolveu fazer o contrário.
Gastou mais em
despesa corrente do que em 2010.
Gastou mais do que o
que recebeu em 2011.
Nestas
circunstâncias, o nosso concelho continua um percurso de endividamento que
culminará, como todos os outros, em grandes e penosos sacrifícios para os
munícipes.
Aliás já o vêm
sentindo com o agravamento das taxas, nomeadamente da recolha do lixo, e com a
diminuição dos serviços prestados.
E não vale a pena
querer “esconder o Sol com a peneira”,
como diz o adágio popular…
NOTA: Faz um ano, também, que assumi
responsabilidades políticas no concelho. Foi um ano cheio de atividades e de
muito trabalho político para preparar as próximas eleições autárquicas, em
torno de um projeto de desenvolvimento integrado e sustentado, para o futuro,
para a nossa terra e para os cabeceirenses.
Texto para a edição de Abril de "O Basto"
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