Acabei de participar na última actividade promovida pelo Agrupamento de Escolas do Arco, que também é o meu agrupamento.
Por uma pretensão economicista surgiu, da noite para o dia, num destes dias de verão, a ideia de juntar, de fundir, os agrupamentos de escolas.
Mesmo sem ter qualquer dos objectivos propostos em vista, desde logo se colocou o encerramento do agrupamento do Arco e a sua fusão com o de Refojos, como um dado adquirido.
Aliás, o próprio presidente da Câmara transmitiu à sua directora que foi posto perante o encerramento do agrupamento este ano ou para o ano. Por isso considerou que o deveria ser já feito.
Chegados aqui, podem-se fazer algumas perguntas:
- Porquê tanta pressa?
- O que é que ganha o concelho com esta medida?
- Como irão ser compensadas as famílias por uma deslocação maior para resolverem as questões na sede que agora passará a ser em Refojos?
- Como se entende esta medida, numa ocasião em que em Refojos a escola ainda está em obras e não está nas melhores condições para incorporar um agrupamento inteiro? Aliás, nem condições tem para albergar e agrupar em centros educativos todos os seus alunos.
- Como se compreende que num concelho que mantém aberto um SAP (urgência), um tribunal, uma ECAE (Equipa de Apoio às Escolas) e outros serviços que têm vindo a fechar em todo o país e não consegue manter em funcionamento um Agrupamento de escolas?
- Será que o Presidente da Câmara está a perder poder?
- Ou não o quer usar?
- Ou será mesmo que o usou para proceder-se ao encerramento?
Perguntas que têm de ter resposta clara e concisa.
Porque entendo que fundir os dois agrupamentos não traz qualquer benefício para o rendimento escolar dos alunos, não melhora a qualidade do ensino, não há ganhos na relação entre as escolas e a comunidade, bem pelo contrário.
Por outro lado, a vila do Arco deixa de contar com um dos serviços que melhor interpretava o sentido de ser "arcoense", bem patenteado em múltiplas actividades que envolviam a comunidade.
Relembro os antigos desfile de vestido de chita, a feira medieval, as marchas populares, os desfiles de carnaval, ...
Por outro lado, este enceramento vem, mais uma vez, adulterar a carta educativa do concelho.
Como se entende a aceitação desse facto sem que os diferentes órgãos que a aprovaram se pronunciem?
Sim, nós cidadãos deste concelho queremos saber com rigor quem são os eleitos que votam a favor do encerramento do Agrupamento do Arco.
Queremos saber quais são os vereadores e os deputados da assembleia municipal que apoiam esta medida.
Porque a culpa não pode ficar solteira, fruto de uma decisão que se procura que não se saiba bem quem a tomou, quem a decidiu e quem a apoiou.
Esta questão exige rigor e clareza.
Como diz o ditado, à mulher de César não basta ser séria, é preciso parecê-lo.
Mas aqui parece que temos gato escondido com rabo de fora.
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