Decorreu hoje o encerramento do Congresso do PS em Matosinhos, com um mega-comício.
O PS preparou-se, não para discutir os problemas do país: a crise económica e financeira, o desemprego, a miséria, enfim todos os problemas que afligem os portugueses, e encontrar soluções, mas tão somente para encenar a aclamação do líder (que muitos à socapa criticam) que tem de se apresentar ao eleitorado para estancar o mais possível as perdas eleitorais.
As bandeiras socialistas foram substituídas pelas bandeiras de Portugal, como se só os socialistas é que sejam portugueses, ... um abuso e um insulto a todos os portugueses que não se revêem no PS ou principalmente no seu líder.
Mas, para além deste aspecto do colorido do comício, preparado até ao último pormenor pela agência de marketing, respiguemos alguns aspectos.
Os contestatários internos de José Sócrates calaram-se ou falaram baixinho.
O poeta Alegre, farto de estar ausente, e o embaixador Ferro (com medo de perder o lugar) apareceram e logo foram apanhados para encabeçar umas listas.
Os trauliteiros do costume aproveitaram mais uma oportunidade para "desancar" na oposição (leia-se PSD).
O líder, que na segunda-feira assegurava não precisar de ajuda, mesmo tendo já subscrito um acordo para esse efeito, o mesmo líder que dizia que não governava com o apoio do FMI, o ainda líder que achava que era uma ignomínia governar sob o ditame estrangeiro, é o mesmo líder que hoje nos procurou convencer que é aquele que nos deve governar por mais quatro anos, que é o único que pensa em Portugal e o defende.
É o mesmo que ao longo de seis anos não privilegiou o diálogo democrático com os demais partidos e com o Presidente da República.
É o mesmo que crispou a sociedade, criando situações de conflitualidade entre diferentes grupos profissionais.
É o mesmo que, ainda hoje, usou a palavra para acusar, para incentivar à divisão, para denegrir os adversários políticos, ao ponto de até os convidados serem apupados.
Como se pode contar com um líder destes, num momento particularmente exigente, em que são precisos consenso, diálogo, entendimento?
Como pode o país confiar em alguém que, dia-a-dia ao longo de seis anos, nos foi arruinando?
No dia 5 de Junho, os portugueses têm de dar um sinal claro.
O país não pode continuar a ser desgovernado.
Basta!
Com comícios ou sem comícios do PS, Portugal tem de mudar.
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