Há uns meses que a Europa e o Euro estão debaixo de forte pressão dos mercados.
Os países mais vulneráveis, os designados PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha), constituíram-se como o cavalo de Tróia dos mercados agressores, nomeadamente o das empresas de notação americanas.
Não que estes países não estejam em má situação económica e financeira, para o que muito contribuíram as políticas seguidas pelos respectivos governos, mas porque o ataque é mais vasto e tem como objectivo destruir o Euro.
Estes países, uns mais do que outros, veja-se o caso da Grécia e agora o de Portugal, estão a sofrer o garrote da asfixia financeira, com consequências sociais nefastas ainda não totalmente mensuráveis.
Enquanto isto, a Europa vai desvalorizando a situação, senão mesmo ignorando-a, esquecendo-se que é a unidade europeia em torno de uma mesma moeda, o Euro, que está verdadeiramente em causa.
A partir da consolidação do Euro face ao Dólar, a economia americana sentiu uma ameaça real.
As diferentes crises oriundas da América são tufões que hoje varrem as economias europeias.
E das duas uma: ou a Europa se reforça, sustenta o Euro e caminha para uma maior integração dos diferentes estados, ou os países periféricos não sobreviverão às crises financeiras e sociais, arrastando a Europa para o colapso, finando as políticas de união política e monetária.
Se assim for, muito piores dias virão.
Exige-se aos líderes europeus, quaisquer que eles sejam, a grandeza de sobrepor os interesses gerais, de todos os países da União Europeia, acima dos interesses de cada um dos países que representam.
Este é o momento crucial para a Europa.
Texto publicado na edição on-line de "O Basto"
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