Perder 18% do eleitorado e 41% dos mandatos que tinha no PE, é um sinal claro do desacordo dos eleitores com um governo que tem preferido a afronta ao diálogo.
Desacordo com um primeiro-ministro atolado em vários casos de polícia (nacional e internacional).
Desacordo com um partido que ao longo dos últimos meses se vem dividindo em facções (Manuel Alegre e mais recentemente António José Seguro).
Desacordo com um governo que tem preferido apoiar os grandes grupos, quando a nossa sociedade está a ver estiolar as pequenas e as médias empresas. Numa sociedade que, cada dia que passa, vê aumentar o desemprego, a miséria social, a criminalidade.
Parece, assim, que a vitória do PSD é apenas e só fruto do demérito alheio.
Não penso assim.
Manuela Ferreira Leite, apenas há um ano à frente do PSD e debaixo de ataques internos permanentes de uns quantos barões mediáticos, definiu um caminho de "verdade", de transparência, de ligação às pessoas.
Desde o primeiro momento, chamou a atenção para a necessidade de fazer face às questões sociais, o combate ao desemprego, o apoio às pequenas e médias empresas.
Apelou a uma maior concertação social, procurando atenuar o conflito com diversas corporações profissionais.
Denunciou os diferentes aumentos de impostos e os gastos faraónicos que o governo dia sim, dia não, ia anunciando.
Por tudo isto e por uma firmeza política, assumindo pessoalmente a escolha do candidato ao PE, Manuela Ferreira Leite é a verdadeira vencedora deste acto eleitoral.
Claro que Paulo Rangel foi, como ela previu, o candidato certo para o presente momento e a quem igualmente se deve uma assinalável quota-parte do mérito eleitoral.
Por isso, estas eleições são um virar de página.
O PSD perfila-se assim para poder suceder ao PS.
Suceder por mérito próprio e aproveitando o demérito alheio.
Assim foi no passado, assim será no futuro.
É a regra da alternância, da democracia, da liberdade de escolha.
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