Numa só folha do DN de ontem (2 páginas), podemos ler, embold, os títulos que seguem:
- Custo dos empréstimos está a sufocar as PME
- Área agrícola perde 390 mil hectares
- Aumentos propostos são incomportáveis
- Mal parado das empresas em crescimento
- Crise agravou a economia paralela
- Valor (da economia paralela) é já o dobro do défice orçamental
E, em letra pequena:
- Alemanha insiste em cortar a despesa
- Mundo recupera mas lentamente
Ou seja:
Em Portugal, as desgraças são em catadupas. Se mais jornais citássemos, mais haveria a citar. Respondendo-lhes, em seis meses o governo aumenta a despesa anual em 5%.
Na Alemanha, apesar do crescimento económico ser o maior da zona euro, o governo “insiste em cortar a despesa”.
No mundo, a recuperação é fraca, mas acontece.
Em Portugal, num comício organizado à moda do Estado Novo, com “autocarros para o povo”, etc., o chefe do governo faz um discurso tresloucado (parecia o Vasco Gonçalves, só lhe faltou atirar cravos às massas) a anunciar as mais rebuscadas balelas, como se tivesse dinheiro para as pagar, as promessas mais idiotas, como se fizesse tenções de as cumprir, os mais tremendas piruetas, a dizer que é óptimo hoje o que condenava há seis meses, num indescritível espernear esquerdóide e balofo.
Na Alemanha, o Ministro das Finanças a firma que “temos uma montanha de dívida e seria irresponsável agravá-la”. Atente-se que a dívida pública alemã é, sobretudo, interna.
Em Portugal, onde a poupança interna foi destruída pelo governo, a dívida é externa. É uma cordilheira, não uma montanha. Respondendo, o governo endivida o país em milhões todos os dias, e, num súbito e oportunista ataque de esquerdofilia, resolve fazer as mais idiotas promessas “sociais”.
No nosso mundo, o ridículo de um país que não é capaz de se livrar da ditadura da incompetência e da demagogia, é motivo de patéticas gargalhadas.
De que está o PR à espera para acabar com isto (faltam 2 dias!) é coisa que não cabe na cabeça de ninguém. Porque anda o senhor Passos Coelho a dizer que talvez deixe passar o orçamento, é coisa a que, sem exagero, se pode chamar irresponsabilidade.
De uma coisa parece que podemos estar tristemente certos: a trampa vai ganhar.
7.9.10
António Borges de Carvalho
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