segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Apostar na Educação

Um país é seguramente mais rico e desenvolvido quanto mais “instruída” for a sua gente.

Para isso, torna-se necessário investir na “Educação”, como meio de assegurar níveis de instrução cada vez mais elevados, mas exigentes, mais rigorosos.

Tem sido assim em todos os países do mundo, que apresentam resultados positivos.

Em Portugal, dizem as estatísticas, que cada vez se gasta mais na rubrica da educação, mas não se conseguem os resultados que se desejam.

Ora alguma coisa tem de estar mal. Ou os números ou os resultados não são fiáveis. Ou até os dois, já que o mal pode estar no percurso realizado.

Vejamos então…

Nós por cá, de facto, temos vindo a “gastar” muito com a educação. Mas fazemo-lo de forma errada. Apostamos em cimento, em papel, em máquinas. Não apostamos essencialmente nos jovens, nem nos professores…

O dinheiro que se gasta vai direitinho para as grandes negociatas das obras e dos equipamentos. Serve apenas para enriquecer os homens dos negócios, não para responder às necessidades dos alunos.

Para haver mais e melhor educação, mais e melhor ensino, é preciso apostar na juventude e nos professores.

E isso passa por mais autonomia das escolas para, em tempo útil, responder adequadamente aos problemas que surgem. Quando aparece um aluno com dificuldades, tem de haver uma resposta imediata e ajustada. De nada vale um longo e penoso processo administrativo, para que um ou dois anos mais tarde seja encontrada uma qualquer resposta para aquele caso. Nessa altura, a pretensa solução encontrada já de nada serve, muitas vezes só vem agravar o problema.

E isso passa por uma cultura de exigência e de rigor. De nada vale falar-se desses princípios se depois o percurso de vida assenta em práticas de favor, do designado “factor C(unha)” e da permissividade. Os jovens apreendem muito bem e rapidamente estas “lições de vida”.

Passa, também, pelos Professores. Pela sua formação, pela sua motivação, pelas suas condições de trabalho, pela autoridade que lhe é conferida. Ora por cá, tudo isto fica muito aquém do mínimo exigível.

Logo, se assim é, como se podem esperar bons resultados, independentemente dos gastos feitos na área da educação?

Só que para mudar este estado das coisas, a Educação não pode continuar a ser a “arma de arremesso” de lutas políticas, não pode ser o “circo” mediático que serve apenas para distrair o povo da crise, do desemprego, do aumento dos impostos, da miséria, enfim do estado a que chegámos.

É urgente e fundamental apostar na Educação, de forma séria, rigorosa e exigente.

Publicado na edição online de "O Basto" - Fevereiro

1 comentário:

  1. Sem dúvida. Uma perspectiva que subscrevemos. E que já de longa data reclamamos. E, falando de formação, "se bem me lembro" fartamo-nos de criticar a formação "a la carte" que os decisores impuseram aos professores na última década do sec XX havia professores que eram seleccionados peloos Directores dos Centros de Formação em consequência do simples cumprimento do estipulado pelos nossos (des)governantes nas leis e regulamentos que aprovaram ao colocarem em prática as grandes e maravilhosas ideias dos políticos que, alternadamente (mesmo dentro do mesmo partido) nos fazem remar rumo a distintos pontos cardeais, colocando dessa forma (nobre!) e com toda a legitimidade (democrática?) à disposição dos cidadãos que os elegeram toda a sua incompetência (sim! toda a sua irrefutável incompetência!), de igual modo que alguns empresários, porque donos das suas empresas, decidem (legitimamente, quando os activos da empresa e o seu patromónio é exclusivamente seu!) investir em Ferraris deixando a empresa descapitalizada e, obviamente, recortando direitos aos seus empregados (únicos que podem fazer crescer a dita empresa) e culpando-os do fracasso dos seus resultados. Em Educação, Portugal está cheio de sábios porque. Porém, como "quem sabe faz" e "quem não sabe, manda! aí temos Ministros atreás de Ministros, a fazerem dos professores "gato-sapato", da mesma forma que um tal general, depois de desmoralizar todas as suas tropas, decide pisgar-se, mesmo que os soldados fiquem reféns dos seus inimigos. É o Portugal que temos, meu caro. O povo tem o que merece. Duvidou dos professores, alinhou nos insultos a uma classe que é a única que dá a sua vida, que dedica a sua vida (porque vive na escola, da escola e para a escola!) à formação dos jovens, único activo que ainda parece restar a Portugal. por isso, emigram cada vez mais. Como antes do 25 de Abril (Oh quantos não têm hoje saudades de tempos idos!) vêem-se forçados a abandonar a família e a deixar para trás sonhos perdidos (que nem o sonho americano!). Como muitas vezes já temos dito, emigram os que em PortugalE emigram muitos daqueles que em Portugal não vêem reconhecido o seu valor porque lhes falta, seguramente, o tal "factor C" ou simplesmente porque não lhes reconhecem o valor. Porém os países que os acolhem, crescem a olhos vistos. Afinal, Portugal fica com os melhores (esses que o governo fala de avaliar por tudo e por nada!) e ainda assim, estamos na miséria que estamos. A culpa não pode morrer solteira. O defeito, diria o meu avô, "ou é doi cu, ou é das calças!". E remeto-me ao silêncio... que já me alonguei demasiado! "...até que o teclado se rompa!".

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