Caiu a máscara. A crise aí está com toda a brutalidade.
Depois de vários anos "a tapar o Sol com a peneira", como se usa dizer, os factos vieram trazer à luz do dia a crua realidade: temos de mudar de vida a bem ou a mal.
Na eminência de males maiores, o Governo de José Sócrates não teve outro remédio do que apresentar ao País um plano reforçado de medidas de austeridade, de agravamento fiscal, de corte no investimento público.
Mesmo sem o merecer, continua a contar com o apoio do Presidente da República e agora do líder do PSD.
Se assim não fosse, a especulação internacional levar-nos-ia à bancarrota, com maiores custos sociais e económicos.
De louvar a atitude de Passos Coelho que, numa situação grave para Portugal, soube colocar os interesses nacionais acima dos seus próprios interesses e do seu partido. Seria muito mais fácil dizer que quem criou o problema que o resolvesse e que não tinha contribuído para ele. Ou simplesmente dizer que estas não eram as medidas que apresentava.
Só que estas são as medidas que os interesses financeiros internacionais querem que nós tenhamos.
Aqui é que está o problema. A nossa falta de independência económica e concomitantemente política, social e até cultural.
Ora, chegámos aqui porque ao longo dos últimos anos gastámos muito mais do que tínhamos para gastar. Endividámo-nos cada vez mais. Endividámo-nos ao ponto de não sermos capazes de assumir tão-pouco os encargos da dívida. Voltámos a ser o mau aluno.
Ninguém empresta dinheiro a quem não está em condições de o pagar. E mesmo assim pagará sempre juros mais elevados. É uma regra elementar da economia.
É quem empresta, nestas circunstâncias, que dita as regras do jogo.
De há muito que este cenário se adivinhava. Lembram-se de uma "velhinha" andar para aí a dizer estas coisas? Na altura diziam que ela não estava boa da cabeça, que inventava, que estava caquéctica, ...
O que dirão agora?
Tarde de mais...
Vão ser meses de profunda asfixia para muitas famílias. De certeza que as de menores recursos serão as mais afectadas. Aqui se verifica da justeza das políticas sociais dos socialistas, esbanjar primeiro para depois socializar a miséria por um cada vez maior número de pessoas.
Fica-me a esperança que estas medidas fiquem por aqui. Que não venhamos a ter um novo pacote mais penalizador. Já seria bom, mas ainda tenho algum receio.
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