O PS decidiu hoje, o que estava há muito decidido, manifestar o seu apoio a Manuel Alegre, enquanto candidato presidencial.
Este foi um processo complexo.
Primeiro, José Sócrates e o PS não têm nenhum motivo de agrado para apoiar Alegre. Este foi ao largo dos últimos anos o maior opositor das políticas do actual governo.
Segundo, várias figuras do PS, com Mário Soares à cabeça, publicamente afirmam que não apoiam aquela candidatura.
Terceiro, se Sócrates e o PS quisessem de facto a eleição de Alegre tinham-lhe manifestado o seu apoio incondicional, logo quando ele manifestou a disponibilidade para a candidatura. Ora estes meses de indecisão só permitiram que se ampliassem os motivos de erosão daquela candidatura.
Assim sendo, Sócrates quer a manutenção de Cavaco Silva na presidência.
Quer, porque sabe que ele é um aliado seguro, que preserva os valores da estabilidade e do respeito institucional.
Quer, porque sabe que com Alegre seria impossível governar sem recorrentes reparos e birras, como as que aconteceram no passado.
Só que não teve a coragem e o sentido de estado que o PSD teve quando Cavaco Silva era primeiro-ministro e apoiou a candidatura de Mário Soares.
É que para o PS é sempre mais importante o partido do que os interesses de Portugal.
Face à aguda crise a que nos levou a actual governação, o país não precisa de divisionismos, de lutas partidárias, de conflitos.
Portugal precisa de estadistas que saibam colocar o País acima dos interesses particulares.
Mais uma vez o PS e o seu secretário geral deram mostras de não estarem à altura das suas responsabilidades e daquele estatuto.
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