Há longos anos que a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto deu início às obras daquilo que veio a designar por aeródromo, em Abadim.
O projecto nasceu, segundo dizem, da necessidade de haver um local de apoio ao combate de fogos florestais pelos meios aéreos.
Foi com base nesse pressuposto que foi ignorada a falta de estudo de impacto ambiental, de violação da Reserva Ecológica Nacional (REN) e que o Exército Português ali investiu muito trabalho.
Durante os muitos anos de obras, se questionou sobre o projecto da obra, o seu orçamento, as suas efectivas finalidades.
A tudo isso, sempre a autarquia reagiu com o silêncio.
Até que, depois de uma modificação profunda do local, lá aparece uma pista de 700 m de comprimento, por 25 m de largura, conforme consta de informação disponibilizada em site de aeronavegação - http://www.pelicano.com.pt/zp_cabeceirasdebasto.html.
O impacto ecológico e visual é muitíssimo mais vasto, conforme se pode verificar na foto que ilustra este trabalho.
Mas qual não é o nosso espanto quando depois de inaugurado o referido aeródromo, este se transforma, por artes mágicas, em hipódromo municipal.
Lá se vê (na fotografia também) a delimitação da pista para as corridas de cavalos.
Afinal em que é que ficamos: temos um aeródromo ou um hipódromo?
Será compatível este duplo estatuto?
Será que a ideia do aeródromo só serviu de “lebre” para justificar a obra e depois de feita mudou de finalidade?
Não será de questionar, agora mais do que nunca, onde estão os estudos indispensáveis a estas obras, o estudo de impacto ambiental e o parecer da REN, bem assim dos respectivos projectos e orçamentos?
Não questiono o papel importante que esta(s) infra-estrutura(s) podem ter para um concelho como o nosso, mas têm de ser devidamente estuda(s), planeada(s) e executada(s), sob pena de não conseguirem atingir os objectivos.
Objectivos que estão em causa em várias vertentes.
Que meios de apoio existem no local?
Como será possível aí os instalar, quando a área está na REN?
Como serão rentáveis estes investimentos para quem os quisesse fazer?
Como já referi, numa outra ocasião, a actividade ali desenvolvida só serve os interesses de pessoas de fora do concelho, os vendedores ambulantes.
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