O ano passado, tivemos várias eleições.
Eleições para todos os gostos: europeias, nacionais e locais.
Um pouco por toda a parte, repetiram-se as promessas, venderam-se ilusões por realidades.
De norte a sul, mediatizaram-se as obras feitas para convencer os eleitores.
Se estivéssemos na Somália ou noutro qualquer país do terceiro mundo não admiraria ver louvado o régulo que desse dois grãos de arroz a uma multidão a morrer à míngua de comida, de água, de cuidados de saúde.
Como pretensamente estamos num país europeu e desenvolvido, embarcámos no idealismo das inaugurações de obras que, por mais importantes que sejam, não resolvem os problemas das nossas gentes.
Não são essas obras que têm resolvido o problema do desemprego.
Não têm resolvido a melhoria dos cuidados de saúde.
Não têm contribuído para o desenvolvimento local e nacional.
Não têm contribuído para uma melhor educação e qualificação dos nossos jovens e dos nossos desempregados.
Todos nós aplaudimos as novas obras, mas aquilo que todos nós queremos mesmo é a segurança de um futuro melhor.
E os últimos dias demonstraram que é exactamente isso que está em grave perigo.
O total descontrolo das contas públicas, e até privadas, põem em risco o emprego, os salários, os apoios sociais (abonos de família, subsídios de desemprego, verbas para as IPSS, …), o dinamismo da economia.
Risco que se reflecte de imediato e que se prevê manter para o futuro.
Estudos diversos, apontam já para a falta de sustentabilidade das reformas dentro de poucas dezenas de anos.
É este o futuro que legaremos aos nossos filhos e netos.
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