O desafio de ensinar todas as crianças sem excepção é um desafio recente (em Portugal é dos anos 80) e muito difícil. A grande perplexidade é termos chegado à conclusão de que os recursos não chegam, que há um factor fundamental, que é o factor professor, a sua qualidade, a motivação, mas também as competências especiais, nalguns casos muito exigentes, para o ensino de todas as crianças. E o papel da liderança das escolas.
A maioria dos professores tem essa ideia "moderna" da profissão que exerce?
Muitos terão, mas a resposta a essa questão está na formação e no contrato que a sociedade faz com os professores, que tem de ser explícito. Mas a formação tem aqui um papel-chave na transmissão de determinados valores, de uma determinada ética profissional, de um conjunto de traços de cultura profissional. E isso é papel das universidades.
As famílias têm consciência de que lhes compete, também, assumir a responsabilidade pelo sucesso escolar dos filhos?
Provavelmente não. A facilidade com que se dispensa um aluno da ida a uma aula significa que se está a desvalorizar não apenas os recursos (uma aula custa dinheiro aos contribuintes), como também a importância que uma aula tem.
E como chegamos a essa consciência?
Passa por uma maior responsabilização, por não sermos tolerantes com as más práticas. É evidente que educar dá muito trabalho, exige um grande esforço, um envolvimento, dedicação. A pessoa tem de dar muito de si, mas é exactamente isso que se exige se temos a pretensão de educar.
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