Findo o mês de férias, Agosto, inicia-se o ano escolar.
Como habitualmente, o ano escolar começa em sobressalto. São as instalações que não estão prontas, é a colocação de professores, é a falta de pessoal não docente, é o crescente aumento do custo dos livros e materiais escolares, são os problemas dos horários, …
Há, enfim, razões diversas para que cada um dos intervenientes no processo escolar possa reclamar.
São os pais, os professores, os alunos, as autarquias e até o próprio Ministério da Educação.
Verdadeiramente um cenário muito pouco educativo.
Por isso compartilho aqui duas questões.
Por que será que em Portugal o início do ano escolar é sempre esta balbúrdia e nos outros países europeus não há destas situações?
Encontraremos no planeamento e na estabilidade normativa as principais razões para isso. Mas, nós, por cá, gostamos de mudar tudo todos os anos. Mudar tudo à última da hora e consequentemente mudar para pior e com resultados cada vez mais dramáticos.
Por que razão nos preocupamos tanto com as questões materiais (instalações, equipamentos, …) e ignoramos quase completamente o que é relevante: as aprendizagens dos alunos, a pedagogia?
Sim, porque vemos muitos pais, professores, autarcas, responsáveis do sistema educativo preocupados com as questões tangíveis do sistema, mas ignoram as consequências deste estado permanente de coisas no desenvolvimento das funções pedagógicas das escolas e dos educadores, com os irreparáveis danos para as aprendizagens dos alunos e para a formação cívica dos jovens.
Este ano, como nos anteriores (e dramaticamente como nos futuros, por este caminho) o ano escolar arrancou, de norte a sul, com a balbúrdia do costume.
Publicado na edição online de "O Basto", Out/2010
(mas destinado à edição de Setembro, que por culpa própria não foi enviado dentro do prazo)
Sem comentários:
Enviar um comentário