O S. Miguel acabou.
A feira e festa foram o habitual. Atraíram milhares de forasteiros, houve animação quanto baste, os carroceis e os matrecos deram que fazer à juventude.
A noitada do 28, o verdadeiro arraial, decorreu ao som das concertinas e de um espectáculo musical de cantigas à desgarrada.
Foi uma típica noite de arraial minhoto, de acordo com as tradições antigas do nosso povo.
O dia do padroeiro ficou, como sempre, marcado pela tradicional procissão.
E o povo gostou...
Pena que aqueles que até se pavoneiam nestes espectáculos sejam os mesmos que depois andam a querer fazer da nossa terra uma "cidade média", destruindo o que temos de bom e fazendo perder-se os referenciais das nossas gentes, tipicamente rurais.
Cabeceiras de Basto tem um potencial de crescimento e desenvolvimento ímpar.
É o primeiro concelho rural na transição do litoral para o interior. É, portanto, o que fica mais perto e com melhores acessibilidades às cidades de Fafe, Guimarães, Braga e Porto. Fica perto de muitas outras quer a norte quer a sul.
Se salvaguardar o seu património natural, social, cultural poderá oferecer uma realidade ancestral que os nossos vizinhos já perderam.
Para isso é preciso opções claras e objectivas.
É preciso apostar na criação de infraestruturas que permitam o alojamento na nossa terra, porque não é o turismo de passagem que promove e deixa riqueza.
O S. Miguel demonstrou mais uma vez quanto os nossos valores são valiosos, qual não é a sua capacidade de arrastar forasteiros.
Mas demonstrou também quanto a nossa realidade é incapaz de os aproveitar para fazer desenvolver o nosso concelho.
Acabou-se o S. Miguel, aqui ficamos entregues a nós mesmos, cada vez menos, cada vez mais pobres, cada vez mais desprotegidos.
Será a nossa sina?
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