O actual governo, no início do seu mandato, procurou reestruturar a rede escolar, e bem!, para o que exigiu às autarquias a elaboração de um documento regulador, designado por "Carta Educativa Municipal".
Elaborar um documento enquadrador e com perspectiva regulamentadora a médio prazo, exige grande rigor e correcção.
Por isso, a autarquia rodeou-se de técnicos, de parceiros, de uma empresa externa para elaborar o referido documento.
Em Junho de 2006, o município de Cabeceiras de Basto concluiu o processo de aprovação da respectiva Carta Educativa.
No entanto, o processo não era pacífico.
Muitos dos verdadeiramente interessados no processo não foram ouvidos, como foi o caso de alguns autarcas, nomeadamente dos locais mais penalizados pelas alterações a aplicar.
Algumas das medidas previstas, nomeadamente a delimitação das áreas de influência de cada estabelecimento de ensino, não estava efectivamente assumida. Tal como algumas das soluções adoptadas (manutenção da escola de Painzela) era verdadeiramente irrealista.
Enfim, o documento em causa, tinha um cunho profundamente político, ao contrário daquilo que se exigia.
Por isso, não admirou que o documento que esteve em discussão no Conselho Municipal de Educação e mereceu aprovação sucessiva na Câmara e na Assembleia Municipais, tenha sido ratificado pelo Ministério da Educação, já com alterações.
Mas, mal entrou em vigor, as medidas enunciadas ficaram apenas no papel.
A escola de Painzela foi encerrada em vez de se constituir como um pólo, o Centro Educativo que estava previsto para Lameiros aterrou junto ao pavilhão gimnodesportivo de Refojos, de entre outras.
Das duas uma: ou o estudo foi mal feito e os seus autores deveriam ser penalizados, ou a sua execução está a ser feita de forma errada e igualmente os executores deviam ser chamados às responsabilidades.
E não foi por falta de aviso. Na ocasião, os deputados da Coligação Por Cabeceiras, na Assembleia Municipal, expressaram as dúvidas, algumas das quais já tinham estado em discussão nas diferentes reuniões havidas.
Assim, temos uma Carta Educativa e uma realidade completamente diferenciada.
Deveríamos estar a concluir a sua implementação e ninguém sabe muito bem o que vai acontecer a breve prazo, quanto mais a médio ou longo prazo.
É continuar a gerir a educação ao sabor das circunstâncias, sem rumo, nem sentido.
Continuamos a gastar milhões de euros no sector da educação, mas é apenas gasto. Vai-se, mas no fim não gera nada de significativo porque erradamente executado.
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