No debate de hoje, José Sócrates e Jerónimo de Sousa tentaram conquistar o lugar da esquerda.
Sócrates procurou repetir o cardápio das medidas tomadas. Tentou demonstrar que tomou medidas sociais e de esquerda.
Jerónimo procurou demonstrar que o país vive uma outra realidade do que aquela que o governo procura dar através dos números. Atacou o governo por ter tomado medidas de direita, nomeadamente o código do trabalho.
Continuam a ser debates muito formatados, que impedem trocas de opiniões mais acutilantes.
Por outro lado, quanto a propostas para o futuro, pouco se disse.
José Sócrates quer quanto ao passado, quer quanto ao futuro, só tem soluções que passam pela acção do Estado. Ora com esta atitude ou teremos um Estado omnipresente de direita ou de esquerda. De qualquer dos lados é uma má solução.
Em benefício da liberdade e da democracia, precisamos de um Estado solidário, mas de um Estado apenas regulador.
Porque doutro modo e com a experiência do passado recente e da proposta de continuidade da mesma agenda política, vai caber ao Estado pagar tudo a todos.
Só que para isso são necessários recursos que não temos e que não há mais margem de manobra para cobrar mais impostos, tal como o reconheceu o ex-ministro socialista Pina de Moura.
Ser de esquerda ou de direita é hoje uma dicotomia que a prática governativa rapidamente anula.
Governar exige medidas que resolvam problemas. Cada vez menos que respondam a conceitos ideológicos.
No entanto, as soluções serão diferentes conforme a perspectiva de cada um.
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