Estamos a pouco mais de oito dias das eleições legislativas.
O PS está a viver dias difíceis, já que o seu mandato, de poder absoluto, deixou profundas marcas no eleitorado.
O discurso, moderado e delicado dos últimos dias de Sócrates, já não convence.
Por outro lado, os casos Freeport e TVI vieram mostrar a falta de credibilidade e a apetência totalitária de um poder que não aceita a pluralidade de opinião, a liberdade de imprensa, enfim que convive mal com a democracia e a liberdade.
Torna-se necessária, portanto, a vitória de Ferreira Leite e do PSD.
Daqui a três semanas, teremos as eleições autárquicas.
Estas eleições têm uma característica mais personalizada e mais próxima.
No nosso concelho temos a recandidatura de Joaquim Barreto (PS), actual presidente da Câmara, e em alternativa o Dr. Luís Miguel Gonçalves (Coligação Pela nossa Terra – PSD/CDS) ou Dr. Baltazar Vilela (CDU).
Ora, numa eleição deste tipo, o eleitorado vota de acordo com vários factores.
Os militantes de qualquer dos partidos têm a vida facilitada. Votam nos seus candidatos. Contudo não determinam a vitória.
Essa depende do sentido de voto da maioria do eleitorado. E este decide-se por quem lhe assegura os seus interesses individuais, por quem dá mostra de mais poder, por quem tem mais credibilidade política, pela qualidade dos respectivos programas.
Chegados aqui, tudo indica que Joaquim Barreto ganhará as próximas eleições com grande vantagem, não obstante o descontentamento que vai reinando e algumas divergências no interior do PS local.
Do lado da oposição, há a falta da dita.
Há já demasiado tempo que o PSD deixou de fazer oposição, de contestar, de propor soluções, de estar ligado à realidade da vida quotidiana dos cabeceirenses.
Daí as dificuldades em organizar as listas. E pior, dar-lhe consistência, dar-lhe credibilidade política. Porque para lá das características pessoais e profissionais de cada um dos candidatos, que não se questionam, está um sentido de grupo, o assumir de um projecto que seja partilhado no interior do grupo e pela sociedade.
Não é o caso vertente. Nem a candidatura de Luís Gonçalves, nem de Baltazar Vilela têm essas características.
Por certo contarão com o apoio dos respectivos militantes, mas não verão alargada a sua influência junto do eleitorado.
Este cenário, a concretizar-se, redundará em idêntico resultado para a Assembleia Municipal e para o conjunto das Assembleias de Freguesia.
Parece, no entanto, emergir uma boa candidatura à Junta de Freguesia do Arco, da coligação PSD/CDS, encabeçada por Ana Celeste Vilas, que augura a possibilidade de um resultado positivo.
Na próxima edição, voltarei ao assunto para comentar os resultados.
Publicado em "O Basto", na edição de Setembro / 2009
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